“A situação poderia ser resolvida em um encontro de 45 minutos. Eu convidei lideranças do Congresso à Casa Branca amanhã [quarta] para resolver isso”, afirmou.
Segundo o republicano, o muro, agora, será de aço, em vez de concreto, “a pedido dos democratas”.
Trump também apelou para o sentimentalismo, afirmando que o país enfrenta uma crise “humanitária, do coração e da alma”. Ele citou dados para respaldar sua alegação de que há uma crise migratória no país que compromete a segurança da população americana, citando uma série de crimes cometidos, segundo ele, por estrangeiros.
Ao citar a questão das drogas, o republicano tentou relacionar a crise de opioides vivida pelos EUA à atuação de traficantes que seriam imigrantes ilegais. “Mais americanos morrerão pelas drogas neste ano nos EUA do que durante toda a Guerra do Vietnã”, afirmou.
A CNN ressalta, porém, que o presidente quis associar o total de mortes por overdose de drogas à provocada pelo entorpecente que entra ilegalmente pela fronteira, o que seria enganoso. Muitas delas, por exemplo, são causadas por remédios controlados e vendidos sob prescrição médica.
Já o The New York Times lembra que, embora a maior parte da heroína traficada para os EUA entre pela fronteira sul, opioides como o fentanil são enviados por pacotes diretamente da China e chegam por portos de entrada legais.
Havia dúvidas sobre o que o presidente falaria na noite desta terça. Alguns analistas esperavam que ele declarasse emergência nacional, possibilidade não concretizada no pronunciamento.
Na última quinta (3), no primeiro dia do controle democrata da Câmara dos Deputados, os congressistas aprovaram duas medidas que buscavam reabrir o governo.
Foram aprovadas duas medidas separadas. Uma incluía dinheiro para financiar temporariamente o Departamento de Segurança Doméstica nos níveis atuais até 8 de fevereiro, dando tempo para que democratas e republicanos continuem as negociações sobre o financiamento ao muro.
Outra proposta financiaria os departamentos de Agricultura, Interior e outros até 30 de setembro, quando termina o atual ano fiscal.
Mas, sem o dinheiro para o muro, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, se recusou a colocar as propostas para votação.
Até agora, o governo americano já sofreu 21 paralisações desde que o Congresso introduziu a lei de controle que determina o processo orçamentário no país.
A paralisação parcial já é a segunda maior registrada pelo governo americano, superando a paralisação de 17 dias completos em setembro de 1978, da Presidência de Jimmy Carter.
Só está atrás do apagão de dezembro de 1995, do democrata Bill Clinton, iniciado após o presidente vetar a lei de gastos proposta pelo Congresso, dominado por republicanos. Depois de três semanas, os dois lados concordaram em passar um plano orçamentário de sete anos que incluía cortes moderados de gastos e aumentos de impostos.
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