Ex-segurança de Macron que desencadeou crise diz ter mantido contato com o presidente

Agente foi filmado agredindo manifestantes durante os protestos de 1º de maio e demitido meses depois

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Paris | AFP

Cinco meses depois de ter sido despedido, Alexandre Benalla, ex-segurança do presidente francês Emmanuel Macron, volta a protagonizar um episódio polêmico. 

Vestidos de terno e gravata, o presidente francês Emmanuel Macron (à direita) e seu ex-segurança, Alexandre Benalla
O presidente francês Emmanuel Macron (à direita) e seu ex-segurança, Alexandre Benalla - Gonzalo Fuentes/Reuters

Em uma entrevista publicada no domingo (30) pelo jornal independente Médiapart, Alexandre Benalla afirma ter permanecido em contato próximo com Macron após sua demissão por meio de mensagens no aplicativo Telegram.

“Falamos sobre diversos assuntos. Pode ser dizendo ‘Como vê as coisas’, falando sobre [o movimento] de coletes amarelos e sobre questões de segurança”, disse Benalla, acrescentando que o contato era tão próximo quanto àquele de quando trabalhavam juntos. 

“Continuam me perguntando e eu continuo respondendo”, complementa. 

Em um episódio que se transformou em um dos mais graves desafios à gestão de Macron, Benalla foi filmado agredindo manifestantes durante os protestos de 1º de maio quando acompanhava a polícia.

No vídeo publicado pelo jornal Le Monde, ele agarra e arrasta uma mulher pelo chão e pisa em um homem desarmado. Benalla, entretanto, não poderia atuar dessa forma e nem com o capacete da polícia —mas os demais agentes presentes não impediram a ação.

Nesta segunda-feira (31), o Palácio do Eliseu reagiu às declarações acusando Benalla de difundir “afirmações falsas” para se vingar.

O ex-segurança, porém, assegura ter em seu telefone as provas das trocas de mensagens.

Segundo Benalla, as mensagens cessaram na semana passada, quando o Médiapart revelou que o ex-segurança usava um passaporte diplomático para viajar à África.

Durante a entrevista, ele também assegurou que manteve o presidente ou a sua equipe informados sobre suas atividades.

No entanto, de acordo com a presidência, Benalla não informou sobre algumas de suas viagens até o dia 20 de dezembro.

Perguntado sobre o uso do passaporte diplomático, disse: “se não querem que utilize esses passaportes, só precisam desativá-los”.

“Quando você viaja para o exterior com um passaporte diplomático, a embaixada francesa é informada quando você volta”, disse ele.

O Ministério das Relações Exteriores diz que a afirmação é “fantasiosa” e que realizou várias tentativas de reaver o documento, sem sucesso.

O Palácio do Eliseu também reafirmou nesta segunda que não havia sido notificado sobre a utilização do passaporte.  

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