O líder opositor venezuelano Juan Guaidó, que se declarou presidente encarregado do país, denunciou nesta quinta-feira (31) que as forças de segurança do regime do ditador Nicolás Maduro intimidaram sua família.
"O Faes está em minha casa, perguntando por Fabiana [sua esposa]. Neste momento a ditadura acha que vai nos amedrontar", disse Guaidó, referindo-se às Forças Armadas Especiais, grupo de elite criado por Maduro em 2017, durante um ato da oposição na Universidade Central da Venezuela, em Caracas.
O opositor, que preside a Assembleia Nacional, disse que em sua casa está sua filha de 20 meses e responsabilizou Maduro por "qualquer coisa que possa acontecer com o meu bebê".
Os Estados Unidos, que reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela, alertaram que haverá "sérias consequências" se o governo de Maduro tomar medidas contra o deputado de 35 anos.
Após discursar no evento em que apresentou o Plano País, com propostas para a grave crise econômica da Venezuela, Guaidó afirmou: "Daqui eu vou para minha casa". Ele convidou o corpo diplomático, parlamentares e outras pessoas presentes para acompanhá-lo. "Vamos ver o que o Faes quer."
Guaidó já foi proibido de deixar o país e teve contas bloqueadas pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que é alinhado a Maduro. No último dia 13, o deputado opositor chegou a ser detido por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) por cerca de uma hora.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, condenou a intimidação, disse que "esse é o diálogo de Nicolás Maduro" e afirmou esperar "que nenhum país democrático nem organização aceite isso".
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