Mulheres relatam assédio e sexismo em campanha de Sanders em 2016

Democrata concorreu nas primárias democratas para escolher o candidato à presidência dos EUA

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O senador Bernie Sanders, durante discurso no Senado - Mandel Ngan - 13.dez.2018/AFP
Nova York

Mulheres que participaram da campanha do senador Bernie Sanders, 77, pela candidatura democrata à Presidência em 2016 afirmaram ter sido vítimas de sexismo e assédio por parte de colegas homens com quem trabalharam. Elas dizem ainda que as queixas chegaram a altos funcionários da operação, que nada fizeram para enfrentar o problema.

As informações são do jornal The New York Times, que falou com algumas dessas mulheres. Entre elas está Giulianna Di Lauro, estrategista da operação latina da campanha. Em fevereiro de 2016, ela reclamou com seu supervisor que havia sido assediada por um colega a quem dava caronas para os eventos que antecederam a primária democrata em Nevada.

O homem afirmou que ela tinha um “lindo cabelo cacheado” e perguntou se podia tocá-lo. Di Lauro permitiu, achando que ele só queria tocar numa mecha. No entanto, o colega percorreu a mão em seu cabelo “de uma forma sexual” e continuou a segurar, tocar e “forçar meus limites” pelo resto do dia.

“Eu só queria tanto que terminasse”, afirmou Di Lauro, que relatou o incidente a Bill Velazquez, responsável pela equipe da operação voltada ao público latino. Velazquez teria respondido: “Aposto que você teria gostado se ele fosse mais novo”, de acordo com Di Lauro e outra mulher que testemunhou a conversa. A seguir, ele começou a rir.

O Times diz que denúncias como a de Di Lauro começaram a circular nas últimas semanas por mensagens de email e discussões entre ex-apoiadores da campanha de 2016 de Sanders. As acusações podem afetar a imagem do senador com o público feminino, que tem ganhado peso cada vez maior nas eleições.

 

Samantha Davis, ex-diretora de operações no Texas e Nova York, afirmou ter sofrido assédio sexual durante a campanha. Ela disse ainda que não obteve ajuda de ninguém. De acordo com Davis, seu supervisor passou a excluí-la depois de ela ter recusado um convite para ir a seu quarto.

As ex-funcionárias e colaboradoras disseram que as reclamações sobre o tratamento recebido e de que ganhavam menos que seus colegas homens chegaram a altos postos da operação, embora não seja possível confirmar se Sanders tomou ciência das queixas.

Em email, Jeff Weaver, gerente da campanha de Sanders em 2016 e assessor do senador, afirmou que quem tiver cometido assédio durante as operações não fará parte da possível equipe que deve liderar os esforços pela candidatura de 2020. Ele lamentou os problemas que ocorreram.

“Era muito masculino? Sim. Era muito branco? Sim”, escreveu. “Seria uma prioridade remediar em qualquer campanha futura? Definitivamente, e nós compartilhamos profundamente na urgência para todos fazermos mudança.”

O comitê do senador afirmou que várias ações foram tomadas para combater o assédio e o sexismo, incluindo aconselhamento de empregados e uma revisão para padronizar os pagamentos.

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