Descrição de chapéu Fórum Econômico Mundial

Secretário dos EUA discursa em telão após Trump cancelar viagem a Davos

Recurso foi usado menos de 10 vezes em 49 anos de Fórum; Mike Pompeo defendeu fronteiras sólidas

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São Paulo

Em discurso feito por videoconferência devido à paralisação do governo americano, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ressaltou a importância de nações e fronteiras fortes no Fórum Econômico Mundial nesta terça-feira (22).

Pompeo falou logo após o discurso do presidente Jair Bolsonaro em Davos, na Suíça. Na introdução, Børge Brende, membro do comitê organizador do Fórum, disse que, nas 49 edições do evento, apresentações a distância foram realizadas menos de dez vezes, “sempre em circunstâncias excepcionais”. “Com a atual paralisação do governo americano, entendemos completamente que a delegação tenha que estar em Washington”, completou.

No último dia 17, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia anunciado o cancelamento da viagem da delegação americana para o evento devido à paralisação parcial que atinge a administração, a mais longa da história do país.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, fala por videoconferência em Davos
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, fala por videoconferência em Davos - Fabrice Coffrini/AFP

“As nações são importantes. Nenhum órgão internacional pode defender as pessoas como um líder forte”, disse Pompeo no discurso a distância. “Fronteiras sólidas são fundamentais para uma nação forte e para proteger os cidadãos”, acrescentou.

O secretário defendeu as políticas econômicas do governo Trump, listando dados positivos, como o crescimento de 3% do PIB nos últimos trimestres, a redução do desemprego de mulheres e a criação de empregos na indústria.

Questionado sobre a paralisação, foi curto na resposta. “Os que conhecem nossa história sabem que iremos adiante. Esperamos que possa terminar o antes possível.”

Também citou ameaças, como o programa nuclear da Coreia do Norte, o terrorismo, atitudes do Irã em nível internacional e a “beligerância” e o modelo econômico da China.

Sobre as relações dos EUA com a Rússia, ele negou que devam se aproximar da animosidade da época da Guerra Fria, mas criticou as atitudes de Moscou no cenário internacional e disse que espera que o país cumpra com o Estado de Direito.

“Sabemos que a Rússia tem grande poder bélico e queremos garantir a continuação do diálogo. Esperamos que a Rússia mude seu comportamento em relação à Ucrânia, assim como o trabalho que fez para influenciar os resultados eleitorais nos EUA e em outras partes do mundo. Não é um comportamento de um país que quer ser parte da comunidade internacional”, disse.

Diante de uma pergunta sobre relações com a China, o secretário disse que espera que o país asiático aprove políticas pela via democrática e compita de forma “justa e aberta”.

“Temos que assegurar que as empresas dos EUA possam atuar na China sem que lhes roubem suas ideias e sua propriedade intelectual. E se há uma empresa chinesa que queira competir de forma justa nos EUA, tem que ter essa possibilidade. As relações comerciais têm que ser justas”, afirmou.

Ele foi questionado também sobre o conflito entre Israel e Palestina, as relações com o Oriente Médio e a guerra no Iêmen. Nas respostas, afirmou que os EUA estão comprometidos com a segurança e a estabilidade do mundo e que cada país tem que colaborar para sua própria proteção.

Em relação à Coreia do Norte, disse que as negociações têm progredido e destacou o papel do setor privado norte-coreano para consolidar a estabilidade no país. Trump e Kim Jong-un, ditador norte-coreano, vão se reunir pela segunda vez em fevereiro.

Pompeo negou que os Estados Unidos estejam mais isolados do restante do mundo sob Trump. “Não creio que estejamos mais isolados”, afirmou. “Há circunstâncias em que fazemos declarações que preocupam algumas pessoas, mas só aquelas que não estão preparadas para fazer frente a seus problemas. Trump está preparado para enfrentar esses desafios e dar as respostas que o mundo precisa.”

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