Procuradores desmentem versão de agressão contra deputado populista alemão

Investigadores disseram que ataque contra Frank Magnitz pode não ter tido motivação política

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Berlim e São Paulo | Reuters

Procuradores alemães disseram nesta quarta (9) que um vídeo desmente a versão que um deputado de direita populista apresentou para agressões que ele sofreu na última segunda (7). 

Frank Magnitz, deputado no Parlamento alemão e presidente regional do partido de direita radical Alternativa para a Alemanha (AfD), afirmou que tinha sido atacado por três pessoas encapuzadas, que usaram objetos de madeira para agredi-lo na cabeça e que depois o chutaram quando ele estava caído. 

O caso aconteceu próximo a um teatro no centro da cidade de Bremen, no norte da Alemanha. A ação, segundo ele, só teria parado quando uma dupla de encanadores que passavam pelo local viu a cena interrompeu as agressões. 

As autoridades, porém, encontraram imagens do ato e afirmaram que os acontecimentos são diferentes dos narrados por Magnitz, que deixou o hospital nesta quarta após sofrer um ferimento na cabeça durante a ação.  

O vídeo, disseram os procuradores, mostra um grupo de três homens próximos ao deputado, mas apenas um deles partiu para cima de Magnitz, o derrubando no chão. 

"Acreditamos que todas os seus ferimentos foram resultados desta queda", disse Frank Passade, porta-voz da Procuradoria de Bremen. Ele também descartou que algum objeto, de madeira ou de outro material tenha sido usado na ação.  

Logo que o parlamentar caiu, o suspeito de agressão e os outros dois homens imediatamente fugiram —assim, ele não foi agredido com chutes enquanto estava caído e também não recebeu ajuda da dupla de encanadores. 

Os procuradores também afirmaram que estão trabalhando com diferentes hipóteses para a ação e não descartaram que tenha sido uma tentativa de roubo. 

Logo após o ataque, tanto a AfD quanto o próprio Magnitz disseram que o ataque tinha tido motivações políticas e descartaram a versão de crime comum.

O deputado chegou a afirmar na segunda que tinha sido vítima de uma tentativa de assassinato feita por grupos de esquerda. Mas em entrevista nesta terça (8) ao tabloide Bild não descartou a hipótese de tentativa de roubo. 

Já a AfD afirmou que sua versão inicial do cado era baseada no relato de uma testemunha que teria presenciado a ação —a pessoa, porém, não teve o nome revelado e não foi encontrada pelas autoridades para depor.

O caso levou os partidos adversários da sigla a prestarem solidariedade ao parlamentar e a condenarem o uso da violência .  

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