Descrição de chapéu Venezuela

Adido militar da Venezuela na ONU declara desobediência a Maduro

Pedro Chirinos Dorante é o quarto oficial que se rebela contra o ditador em menos de um mês

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O líder da oposição e presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, é saudado por simpatizantes em Caracas - Federico Parra/AFP
São Paulo e Caracas | Tal Cual e AFP

"Quando a tirania se faz de lei, a rebelião é um direito". A frase de Simón Bolivar é dita no começo do vídeo divulgado nas redes sociais pelo coronel Pedro Chirinos Dorante, adido militar venezuelano na ONU, um dos mais altos cargos do Exército. 

“A partir de hoje me declaro em total e absoluta desobediência ante ao governo de Nicolás Maduro. Reconheço e ofereço obediência e subordinação ao governo de transição, a cargo do senhor presidente Juan Guaidó”,  disse, em referência ao autodeclarado presidente interino do país.

Pedro Chirinos é o quarto oficial que se rebela contra Maduro em menos de um mês, mas o ditador permanece sob controle das Forças Armadas.

As declarações de Chirinos aconteceram depois de o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, ter condenado discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, que pediu que os membros das Forças Armadas Nacionais aderissem à anistia oferecida por Guaidó.

“Vocês não vão encontrar porto seguro, saída fácil ou escapatória. Vocês vão perder tudo”, disse o republicano, que voltou a ressaltar que sua intenção é promover uma “transição pacífica” na Venezuela, mas que “todas as opções estão em aberto.”

Trump advertiu que os militares não deveriam seguir as ordens do ditador venezuelano de bloquear a ajuda humanitária. 

A partir da sede do ministério, Padrino  afirmou que as palavras de Trump fazem apologia ao crime e que elas estavam carregadas de mentiras e manipulações. Ele acredita que uma campanha psicológica é lançada contra a Venezuela para derrubar Maduro.

O líder da oposição, Juan Guaidó, também fez um apelo aos comandantes das Forças Armadas, que permitam a passagem da ajuda humanitária, prevista para o próximo sábado (23). Guaidó também ofereceu anistia aos funcionários que se desligarem do governo do ditador Nicolás Maduro.

O governo da Venezuela suspendeu, nesta quarta-feira (20), as saídas de embarcações de todos os portos. A proibição vale até 24 de fevereiro. Um documento de instrução militar informa a "suspensão das partidas de embarcações de todos os portos" por razões de segurança, mas não explica o que acontecerá com os barcos que chegarem à Venezuela.

De acordo com a nota, esses relatórios indicam que "grupos do crime organizado" e "geradores de violência" planejam realizar ações que podem servir para culpar o governo e a Força Armada. 

A nota afirma que somente são permitidas partidas de emergência. Ela é assinada pelo comandante da autoridade militar da defesa de Vargas, estado onde fica La Guaira, principal porto do país.

Guaidó disse que fará brigadas de voluntários que irão a vários pontos nos estados de Táchira (oeste) e Bolívar (sul), na fronteira Cúcuta (Colômbia) e Roraima (Brasil). Ele também mencionou Puerto Cabello e La Guaira.

A grande incógnita é como eles vão passar a ajuda se Maduro, apoiado pelas Forças Armadas, a rejeitou, chamando-a de "esmola", "show político" e porta para uma invasão militar dos EUA. "Por mar e por terra... devemos abrir o canal humanitário, sim ou sim", disse Guaidó.

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