Ataque suicida mata ao menos 27 soldados da Guarda Revolucionária do Irã

Grupo terrorista Jaish al Adl reivindica responsabilidade pelo atentado

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Destroços de ônibus que foi alvo de ataque no sudeste do Irã - Fars News/AFP
Babak Dehghanpisheh Bozorg Sharafedin Michael Georgy
Genebra | Reuters

Ao menos 27 soldados da Guarda Revolucionária do Irã foram mortos em um ataque suicida, no sudeste do país, nesta quarta-feira (13). A informação é da agência de notícias Tasnin.

O ataque aconteceu na estrada entre as cidades de Zahedan e Khash, uma área próxima à fronteira com o Paquistão, onde as forças de segurança enfrentam ataques de militantes sunitas e contrabandistas de drogas.

Soldados iranianos fazem a guarda durante as comemorações dos 40 anos da Revolução Islâmica, na Praça Azadi, em Teerã.
Soldados iranianos durante as comemorações dos 40 anos da Revolução Islâmica, na Praça Azadi, em Teerã. - Ahmad Halabisaz - 11.fev.18/Xinhua

Outros dez integrantes da Guarda também ficaram feridos no ataque, que teve como alvo um ônibus que transportava 40 funcionários da força de segurança, informou a agência iraniana de notícias Fars.

O homem bomba que dirigia um veículo carregado de explosivos atacou o ônibus, informou a Guarda em um comunicado. Um vídeo postado pela agência iraniana de notícias Fars mostrou sangue e escombros no local do ataque.  A explosão foi tão poderosa que o ônibus foi transformado em uma pilha torcida de metal, mostrou uma foto publicada na Fars. 

O Jaish al Adl (Exército da Justiça), um grupo terrorista sunita do sudeste do Irã criado em 2012, assumiu a responsabilidade do ataque, segundo a Fars.  Eles quererem mais direitos para a minoria étnica Baluchis.

Embora Jaish al Adl e outros grupos como ele não sejam considerados uma grande ameaça à segurança, o ataque é um novo golpe para a imagem da Guarda, a força mais poderosa do Irã, que reporta diretamente ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Doze membros da Guarda estavam entre as 25 pessoas mortas no último outono em um ataque de homens armados em uma parada militar na cidade de Ahvaz. O grupo militante sunita Estado Islâmico e um grupo separatista árabe reivindicaram a responsabilidade por esse ataque.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Qassemi, prometeu retaliação pelo ataque de quarta-feira. "Os militares e intelectuais abnegados do povo do Irã se vingarão do sangue dos mártires deste incidente", disse.

Em outubro, Jaish al-Adl assumiu a responsabilidade pelo seqüestro de 10 seguranças iranianos. Alguns deles foram liberados.  

Este ataque coincidiu com o início de uma conferência multinacional em Varsóvia sobre a situação no Oriente Médio, uma reunião evocada pelos Estados Unidos com o objetivo declarado de aumentar a pressão sobre o Irã.

O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, afirmou no Twitter que "não é uma coincidência que o Irã seja atingido pelo terror no mesmo dia" do início dessa conferência, que classificou como um "circo".

"Os Estados Unidos parecem adotar sempre as mesmas decisões equivocadas, mas esperam resultados diferentes", apontou.

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