Descrição de chapéu Venezuela

Maduro anuncia chegada de 300 toneladas de ajuda humanitária da Rússia

Ditador afirmou que receberá remédios de alto custo na quarta-feira

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Caracas | AFP

Nicolás Maduro anunciou nesta terça-feira (19) a chegada, à Venezuela, de 300 toneladas de ajuda humanitária da Rússia. A previsão é de que o carregamento de "remédios de alto custo" seja entregue na quarta-feira (20). O ditador venezuelano reafirmou que não aceitará a entrada dos alimentos e remédios oferecidos pela oposição ao seu governo.

O ditador Nicolás Maduro durante reunião com ministros e membros do governo em Caracas
O ditador Nicolás Maduro durante reunião com ministros e membros do governo em Caracas - Miraflores Palace - 18.fev.19/Reuters

Maduro, no entanto, já deu diversas declarações de que a Venezuela não vive uma crise humanitária, o que contraria o recebimento de ajuda humanitária da Rússia.

Em evento do governo transmitido pela TV, ele voltou a chamar a ajuda oferecida pelos Estados Unidos e outros países que apoiam Juan Guaidó de "show". Ainda que chame o carregamento russo de ajuda humanitária, o ditador diz que ele foi pago pela Venezuela. 

"Isso sim, a pagamos com dignidade, da Rússia, da China, da Turquia, do mundo inteiro, com a ONU. Temos assistência técnica com todos os organismos da ONU", afirmou.

"Das duas uma: ou liberam os recursos que sequestraram de nós ou nos vendem e garantem que cheguem à Venezuela. E nós, dignamente, pagamos em dólar atrás de dólar, euro atrás de euro, tudo que venha a Venezuela. Não somos mendigos de ninguém. E não vamos fazer da Venezuela um país de mendigos."

No mesmo discurso, transmitido em rede nacional, ele ironizou o presidente americano. "Donald Trump um dia estava dormindo, e então nasceu um amor muito grande pela Venezuela. Ele quer ajudar nosso país."

"Quando Donald Trump ajudou alguém na sua vida? Alguém pode acreditar que ele ama muito a Venezuela? O que Trump ama na Venezuela? Petróleo! Ele põe os olhos grandes. Se há cidadãos na Venezuela que são fãs dele, que se ponham a serviço dos norte-americanos, que aceitem a invasão", disse.

Maduro também disse que é possível, nos próximos dias, que países ofereçam apoio por meio da ONU. O ditador não especificou quais seriam esses países.

A Venezuela vive a pior crise política e econômica de sua história, com grave escassez de remédios e hiperinflação. Segundo a ONU, desde 2015, cerca de 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país.

Reconhecido como presidente interino por 50 países, Guaidó prepara manifestações em todo o país no sábado (23). Voluntários prometem ir em comboios até a fronteira, em busca de toneladas de medicamentos vindos da Colômbia, Brasil e Curaçao.

O presidente colombiano Iván Duque promete participar de um show em Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, na sexta-feira (22). A intenção é arrecadar US$ 100 milhões em 60 dias. A quantia seria somada aos US$ 110 milhões que já foram arrecadados, de acordo Guaidó, para a causa humanitária.

"Essa ajuda humanitária é um show, é uma armadilha", disse Maduro. O ditador chamou o carregamento enviado pelos Estados Unidos de "comida estragada e contaminada, para tentar intervir na Venezuela,  cruzar a fronteira e ocupar o país. "

"Parem com essa loucura na Colômbia. Senhor Iván Duque, você pode parar a loucura, pare a loucura de você e Donald Trump a tempo. A Venezuela é um país de paz", disse ele.

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