Em entrevistas feitas separadamente e publicadas nesta quarta-feira (7), duas jornalistas acusaram o ex-presidente da Costa Rica e ganhador do prêmio Nobel da Paz Oscar Arias de agressão sexual.
No dia anterior, a imprensa divulgou que o político tinha sido denunciado à Justiça por abuso sexual de uma outra mulher, a médica Alexandra Arce von Herold, em um caso que teria ocorrido em 2014.
Já os dois casos divulgados nesta quarta são anteriores e teriam acontecido quando Arias comandava o país.
A jornalista costa-riquenha Eleonor Antillon disse ao jornal local La Nación que sofreu a agressão de Arias quando era sua assessora de imprensa em 1986, durante a campanha em que acabaria eleito pela primeira vez —ele retornaria ao cargo em 2006.
"Eu estava sentada em sua mesa, ele se aproximou de mim, pegou minha mão e a colocou em seu pênis, que estava ereto. Eu me levantei e o empurrei e ele se jogou em mim”, disse ela.
Antillon afirmou que nunca levou o caso à Justiça ou o revelou publicamente porque "a sociedade não está preparada para acreditar em nós".
A segunda acusação foi feita pela jornalista britânica Emma Daly, que viveu na Costa Rica na década de 1980 e trabalhou para o jornal de língua inglesa The Tico Times. Ela disse que o caso ocorreu em 1990, durante uma visita a Manágua, capital da Nicarágua.
Daly, atual diretora de comunicação da ONG Human Rights Watch, disse ao jornal americano The Washington Post que fez uma pergunta a Arias no lobby de um hotel, mas o então presidente, em vez de responder, tocou seus seios e disse "você está sem sutiã”.
Ela disse que ficou nervosa com a situação e só conseguiu responder que estava usando um. A jornalista disse que não denunciou Arias na ocasião porque naquela época este tipo de caso não recebia atenção na América Central.
Arias, 78, é a figura mais relevante da política costa-riquenha nas últimas décadas e ganhou o Nobel em 1987 devido à intermediação num plano de paz para a América Central, que levou à assinatura de um acordo na Guatemala em agosto daquele ano.
O ex-presidente negou em comunicado divulgado por seu advogado a primeira acusação, revelada na terça, mas não respondeu às novas denúncias.
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