Descrição de chapéu Governo Trump Coreia do Norte

No Vietnã, Trump promete futuro tremendo à Coreia do Norte e diz que Kim é grande líder

Dois mandatários fazem segundo encontro para negociar redução do poder nuclear do país asiático

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O presidente dos EUA, Donald Trump, encontra o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Hanói, no Vietnã - Leah Millis/Reuters
Nova York

​O presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (27) que o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, é um “grande líder” e que a Coreia do Norte tem “um futuro tremendo”, em declarações realizadas em Hanói, Vietnã, no início da segunda cúpula entre os dois países.

No hotel Metropole, onde o encontro ocorre, os dois líderes se cumprimentaram com apertos de mãos e posaram para fotos sorrindo.

“Eu acho que o seu país tem um potencial econômico tremendo”, afirmou o presidente americano, olhando para Kim. “Eu acho que vocês têm um futuro tremendo para o seu país, você é um grande líder”, continuou. “Nós vamos ajudar isso a acontecer.”

Já o ditador norte-coreano afirmou que a segunda cúpula só aconteceu graças à “corajosa decisão política” de Trump. É a segunda vez na história que um presidente americano e um ditador norte-coreano se encontram.

Kim disse que houve “muita reflexão, esforço e paciência” entre agora e junho do ano passado, quando ambos se encontraram em Singapura. Segundo ele, o mundo “não compreendeu” a relação entre EUA e Coreia do Norte após a primeira cúpula.

O norte-coreano afirmou ainda que espera que esse encontro entregue “um resultado que agrade a todos”, e que os dois líderes tiveram “uma conversa muito interessante” de 30 minutos.​

Pela agenda prevista, eles jantarão juntos, acompanhados do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e do chefe de gabinete interino, Mick Mulvaney.

Antes do encontro, o presidente americano demonstrou uma mistura de otimismo e dúvida sobre os resultados da cúpula. “Pode ser muito bem-sucedida”, disse Trump. “Esperamos que seja bem-sucedida. Vamos ver o que vai acontecer.”

Se for bem-sucedida, a Coreia do Norte pode aceitar que inspetores entrem em áreas nucleares do país asiático. Kim também pode concordar em fechar o centro de pesquisa nuclear de Yongbyon. Os EUA querem a Coreia do Norte mostre um planejamento de como pretende abrir mão de suas armas nucleares.

Já os EUA poderiam dar passos na direção de estabelecer relações diplomáticas formais, ou concordar em encerrar a Guerra da Coreia (1950-53) –algo que parece tentador a um presidente que deseja ganhar o prêmio Nobel da Paz. Apesar da trégua em 1953, Coreia do Norte e EUA continuam tecnicamente em guerra, com 28.500 soldados americanos na Coreia do Sul para impedir um reinício do conflito.

Antes de se reunir com o ditador norte-coreano, Trump se encontrou com o presidente do Vietnã, Nguyen Phu Trong, que também é secretário-geral do Partido Comunista.

“Nós [Trump e Kim] nos sentimos muito bem em realizar essa importante cúpula no Vietnã, porque vocês realmente são um bom exemplo do que pode acontecer”, disse o presidente americano, em referência ao fato de o Vietnã ser exemplo de uma economia forte e em crescimento.

Um dos argumentos usados por Trump para tentar convencer a Coreia do Norte a se desnuclearizar é a possibilidade de viver uma expansão econômica. Na cúpula de Singapura, em junho do ano passado, ele fez o mesmo, indicando que o país de Kim Jong-un poderia ver um fluxo de investimento externo caso abrisse mão do programa nuclear.

Trump assinou um acordo comercial com o Vietnã avaliado em US$ 20 bilhões, em negócio envolvendo a compra, por companhias aéreas vietnamitas, de aviões da Boeing e de tecnologia americana.

O presidente dos EUA também se reuniu com o primeiro-ministro vietnamita, Nguyen Xuân Phúc. Ao fim do encontro, disse acreditar que Kim “quer fazer algo ótimo”, parecido com as transformações pelas quais o Vietnã passou e que tornariam a Coreia do Norte “uma grande potência econômica.”

Em junho de 2018, Trump e Kim se encontraram em Singapura para debater a desnuclearização da Coreia do Norte. Na ocasião, o ditador se comprometeu a alcançar o objetivo, mas pouco foi feito desde então. O país asiático quer, em contrapartida, que os EUA retirem sanções impostas.

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