Paralisação afoga metrô de Barcelona durante feira de tecnologia

Principal evento do setor de telefonia acontece na cidade entre 25 e 29 de fevereiro; trabalhadores reclamam de questões sanitárias

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Estação Verdaguer no metrô de Barcelona
Estação Verdaguer no metrô de Barcelona - Raphael Hernandes/Folhapress
Barcelona

O metrô de Barcelona amanheceu lotado e com o serviço mais lento nesta segunda-feira (25) devido a uma greve dos trabalhadores do TMB (Transportes Metropolitanos de Barcelona), um dos serviços de transporte coletivo da cidade.

Eles reclamam da falta de ação da empresa após terem descoberto a presença de amianto, substância cancerígena, nos trens. TMB e sindicatos vivem um impasse em relação às medidas as serem tomadas.

Com isso, entre os dias 25 e 29 de fevereiro, os serviços serão reduzidos pela metade das 7h às 9h e das 16h às 20h —horários de pico— e serão cortados a um terço a partir das 22h50.

Outros serviços de transporte público operam normalmente.

À reportagem, moradores da cidade reclamaram da demora e lotação dos trens, algo que classificaram como fora do comum.

Na estação Verdaguer, que integra as linhas 4 e 5 do metrô da cidade, usuários tiveram que se espremer nos trens e até contar com empurrões de pessoas do lado de fora para que as portas fechassem.

O período selecionado para a greve coincide com o Mobile World Congress, principal evento do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

O TMB disse que tentou chegar a um acordo o mais rápido possível para não afetar a feira, mas não obteve sucesso.

O MWC conta com cerca de 2.500 expositores neste ano. Em 2018, teve 107 mil visitantes, oriundos de 205 países, segundo a GSMA, a entidade que congrega as teles e organiza o evento.

A organização emitiu um comunicado para os participantes alertando para a possibilidade de atrasos.

Funcionários da organização e placas com referências ao MWC são vistos em diversos pontos da cidade, em particular no transporte público e no aeroporto. Nas ruas do centro, não é raro ver participantes caminhando com o crachá da feira pendurado no pescoço, mesmo no fim de semana antes de ela começar.

Neste ano, motivada pelo evento, a Samsung chegou a montar um espaço temporário —uma espécie de quiosque gigante— para promover seus produtos na praça Catalunha, principal ponto de encontro de Barcelona.

Esta é a segunda paralisação em menos de uma semana na capital catalã.

Sede do governo da Catalunha, em Barcelona, pede a liberação de políticos presos
Sede do governo da Catalunha, em Barcelona, pede a liberação de políticos presos - Raphael Hernandes/Folhapress

Na última quinta-feira (21), uma greve geral organizada por sindicatos parou parcialmente serviços de transporte, saúde e educação da cidade. Eles protestavam pela libertação de 12 políticos catalães presos devido ao movimento que conduziu plebiscito sobre a separação da região, em outubro de 2017, e, semanas depois, à declaração unilateral de independência. A votação foi considerada inconstitucional por Madri.

O julgamento dos políticos começou no último dia 12.

Faixas pedindo a liberdade dos políticos podem ser vistas em diversos pontos da cidade catalã.

Em Barcelona, faixa pede a liberação de políticos presos após plebiscito pela emancipação da Catalunha
Em Barcelona, faixa pede a liberação de políticos presos após plebiscito pela emancipação da Catalunha - Raphael Hernandes/Folhapress
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