Descrição de chapéu Venezuela

Planalto diz que entrega de ajuda humanitária à Venezuela foi 'exitosa'

No entanto, veículos não conseguiram passar de ponto de controle na fronteira

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Caminhão com ajuda humanitária enviada pelo Brasil - Bruno Kelly/Reuters
Brasília | AFP

O governo brasileiro informou que dois caminhões carregados com itens de ajuda humanitária cruzaram neste sábado (23) a fronteira entre o Brasil e a Venezuela, "adentrando o país vizinho, sem incidentes na travessia.”

Em nota, a Presidência da República afirmou que “a participação do governo brasileiro foi exitosa em reunir e transportar as doações até o destino de distribuição.”

Este sábado foi marcado por tentativas de envio de ajuda humanitária à Venezuela pelas fronteiras que o país mantém com a Colômbia e com o Brasil.

No entanto, os dois caminhões enviados pelo Brasil retornaram à cidade fronteiriça de Pacaraima na tarde deste sábado (23), após ter permanecido estacionados na fronteira durante o dia, segundo os correspondentes da AFP no local.

A ação, que tem o apoio dos Estados Unidos, foi anunciada pelo líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, numa afronta ao ditador Nicolás Maduro.

O objetivo da operação de envio de alimentos, medicamentos e produtos de primeira necessidade à Venezuela é reduzir a fidelidade de militares a Maduro, uma vez que bloquear a passagem da ajuda humanitária colocaria as forças de segurança contra uma população necessitada.

Maduro, no entanto, ordenou o fechamento das fronteiras da Venezuela com o Brasil e Colômbia.

O comunicado divulgado neste sábado pela Presidência da República trouxe um tom menos agressivo em relação à crise na Venezuela do que o adotado recentemente pelo ministério das Relações Exteriores.

Sem mencionar o ditador Nicolás Maduro, a nota do Planalto afirma que o governo Jair Bolsonaro “confia na solução da questão, certo de que os líderes daquele país terão a sensibilidade de atenuar as condições de vulnerabilidade as quais estão submetidos nossos irmãos venezuelanos.”

Em 17 de janeiro, uma nota do Itamaraty classificou o regime Maduro de “ditadura” e disse que ele chefia um “mecanismo de crime organizado.”

Na fronteira brasileira, no estado de Roraima, os últimos dias foram marcados por tensão. Na sexta-feira (22), militares venezuelanos abriram fogo contra um grupo de civis que tentava manter a passagem entre os dois países aberta. Uma pessoa morreu.

Novos enfrentamentos foram registrados neste sábado quando manifestantes venezuelanos tentaram romper o cerco montado pelas forças de segurança pública. Três pessoas morreram na cidade venezuelana de Santa Elena De Uairén, a mais próxima à fronteira com o Brasil, por disparos de armas de fogo, segundo funcionários de saúde venezuelanos. Treze feridos foram transferidos para hospitais no Brasil, quatro deles com ferimentos a bala. Há feridos ainda em atendimento no hospital de Santa Elena. 

Também houve violência na Colômbia. Dois caminhões que levavam mantimentos daquele país para a Venezuela foram queimados na ponte Santander, que liga Cúcuta, na Colômbia, à Ureña, segundo o departamento de migração colombiano. 

O governo Jair Bolsonaro informou ainda, na nota divulgada neste sábado, que a operação de envio de ajuda humanitário continua, “com os últimos preparativos de logística para a entrega dos produtos que se encontram armazenados na capital do estado, Boa Vista.”

O Planalto também disse que o ministério da Defesa ampliou a capacidade da operação Acolhida, que há mais de um ano atende os venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil em razão da crise no país vizinho. Segundo o governo, o efetivo da equipe médica que trabalha na operação Acolhida foi triplicado.

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