Ataque a prédio do governo na capital da Somália deixa 15 mortos

Explosão de carro-bomba e tiroteio promovidos pelo grupo terrorista Al Shabaab também feriram 20 pessoas

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Trabalhadores limpam área no centro da capital somali, após atentado no início de março deste ano. Neste sábado (23), país sofreu outro ataque na mesma área
Trabalhadores limpam área no centro da capital somali, após atentado no início de março deste ano. Neste sábado (23), país sofreu outro ataque na mesma área - Mohamed Abdiwahab/AFP
Mogadício (Somália) | Reuters

Um ataque do grupo terrorista islâmico Al Shabaab matou 15 pessoas na manhã deste sábado (23) em Mogadíscio, capital da Somália. O grupo assumiu a autoria do atentado.

O ataque foi composto por uma explosão, provocada por um carro-bomba, seguida de um tiroteio, e a invasão de um dos prédios do governo do país, localizado no centro da cidade.

"O prédio estava protegido por forças de segurança. Os quatro militantes que atacaram foram mortos a tiros. Outro militante estava um carro-bomba e também morreu", disse o major Ali Abdullahi.

De acordo com o major, dez pessoas, incluindo o assistente do ministro do Trabalho Saqar Ibrahim Abdala, morreram no ataque.

A polícia informou ainda que cerca de 20 pessoas ficaram feridas no ataque.

Abdikadir Abdirahman, diretor do serviço de ambulâncias, afirmou que, após a explosão, as pessoas ficaram presas dentro do prédio e que não foi possível resgatá-las devido a uma pesada troca de tiros.

Em outro ataque neste sábado (23), uma bomba foi detonada em posto de segurança em Mogadíscio. O ataque deixou três mortos e dois feridos. O porta-voz do Al Shabaab, Abdiasis Abu Musab, informou que os três mortos eram soldados do governo, enquanto a polícia disse que morreram um soldado e dois civis.

O grupo Al Shabaab luta para estabelecer seu próprio governo com base em uma interpretação estrita da lei islâmica. Eles querem acabar com um governo apoiado pelo Ocidente e protegido por forças de paz da União Africana.

Insegurança e violência

No último dia 1º de março, outro atentado deixou ao menos 30 mortos na mesma área da capital. 

A Somália sofre com insegurança e atentados terroristas desde 1991. O governo tenta assegurar o controle sobre as áreas rurais pobres, dominadas pelo Al Shabaab.

Conflitos e insegurança forçaram 320 mil pessoas a fugirem de suas casas no ano passado —um aumento de quase 60% em relação a 2017—, segundo agências humanitárias.

A violência —juntamente a secas e inundações ao longo dos anos— levou mais de 2,3 milhões de pessoas a procurar abrigo em outras partes do país, muitas vezes em campos de refugiados lotados.

Dados da ONU mostram um número crescente de pessoas deslocadas pelo conflito na Somália nos últimos três anos, em grande parte devido à violência na região sul de Lower Shabelle.

Em 2016, 175 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. Em 2017, eram 200 mil pessoas deslocadas.

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