Os presidentes do Brasil (Jair Bolsonaro) e do Chile (Sebastián Piñera) falaram da crise venezuelana, do acordo bilateral de livre-comércio e da reunião da COP, que ocorrerá em dezembro deste ano, em Santiago, nas declarações finais após a reunião bilateral deste sábado (23), no palácio de La Moneda (sede do governo chileno).
Piñera voltou a celebrar a criação do Prosul, uma vez que "havia mais de cinco anos que os países da região não se reuniam" e que este bloco "não será ideológico, nem burocrático e que apenas aceitará países democráticos e que respeitem os direitos humanos".
Por conta disso, acrescentou, a Venezuela não tinha sido convidada, mas que os mandatários reunidos afirmaram que "esperam que o país logo possa se integrar, quando consiga superar essa ditadura que tem causado tanto sofrimento".
Piñera lembrou que o Brasil é o principal parceiro comercial do Chile na região e lembrou anedotas do passado, quando o Barão de Rio Branco (1845-1912) interveio para diluir um problema diplomático entre Chile e EUA. Também que a poeta chilena Gabriela Mistral (1899-1957) estava no Brasil quando recebeu a notícia de que tinha ganhado o prêmio Nobel de Literatura, em 1945.
Sobre o acordo de livre-comércio que ambos os países vêm tratando de concretizar, disse que faria o possível para avançar em sua aprovação.
Já Bolsonaro afirmou que Piñera já parecia "um amigo de muitos anos" e que o admirava desde a crise da libertação dos mineiros, em 2010. Acrescentou que adorou ter vindo ao Chile, mencionando que foi bem acolhido ao passear num shopping-center no bairro nobre de Las Condes, na noite de sexta-feira (22).
Enquanto o presidente brasileiro falava, do lado de fora do palácio de La Moneda havia uma manifestação contra ele. Com cartazes que diziam "Bolsonaro misógino" e "Bolsonaro fascista", as pessoas cantavam: "Bolso, escute, vá embora do Chile".
O mandatário brasileiro disse que esta era sua terceira viagem ao exterior e que a primeira, ao Fórum de Davos, havia sido "um desafio", por se tratar de um ambiente diferente daquele em que estava acostumado a conviver.
Disse que compartilhava com os EUA e os países da região a preocupação com a Venezuela. E que, em sua conversa com o norte-americano Donald Trump, falou do tema, mas "de forma reservada".
Logo emendou que a "ideologia" tem sido também um dos fatores da "crise que vive o Brasil, com
o desdobramento da questão ideológica na mídia e nas escolas".
Sobre a COP, Bolsonaro disse que enviaria representantes, porém que não podia se comprometer com assinatura de acordos que não sabia se seria possível cumprir.
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