China e Indonésia ordenam que companhias aéreas suspendam uso de Boeing 737 MAX 8

Aeronave deste modelo caiu na Etiópia no domingo; acidente deixou 157 mortos

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Xangai e Jacarta | Reuters e AFP

Autoridades da China e da Indonésia ordenaram nesta segunda-feira (11) que as companhias aéreas de seus países suspendam suas operações com o Boeing 737 MAX 8 após a queda da aeronave operada pela Ethiopian Airlines, que resultou na morte das 157 pessoas a bordo.

A Administração da Aviação Civil da China (Caac) informou em comunicado que iria notificar as companhias aéreas a respeito da proibição e também sobre quando elas poderão retomar o uso das aeronaves. A ordem só será revista após o órgão regulador entrar em contato Boeing e a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos e ter garantias sobre a segurança dos voos. 

"Dado que dois acidentes envolveram aviões Boeing 737 MAX 8 recém-entregues e aconteceram durante a fase de decolagem, eles têm algum grau de similaridade", disse a Caac, acrescentando que a proibição está de acordo com seu princípio de tolerância zero em relação a riscos de segurança.

"O diretor-geral de aviação civil tomará as medidas para levar a cabo inspeções e proibir temporariamente os Boeing 737 Max 8 de voar", anunciou Poliana Pramesti, porta-voz do Ministério dos Transportes da Indonésia. 

No Brasil, o Boeing 737 MAX é usado apenas pela Gol, que possui sete unidades. A empresa encomendou ao todo 135 aeronaves do modelo, que devem chegar até 2028. 
 

Além do acidente deste domingo (10) na Etiópia, um avião do mesmo modelo da companhia Lion Air caiu, em outubro do ano passado, 13 minutos depois de decolar em Jacarta, na Indonésia, matando todas as 189 pessoas a bordo —a aeronave tinha três meses de uso. 

A causa do acidente indonésio ainda está sendo investigada. Um relatório preliminar emitido em novembro de 2018, antes de a gravação de voz da cabine de comando ser recuperada, focou na manutenção das aeronaves, no treinamento das companhias aéreas e na resposta do sistema anti-stall (feito para prevenir que o avião alcance uma inclinação na qual perca a sustentação e entre em queda descontrolada) da Boeing.

As companhias aéreas chinesas têm 96 jatos 737 MAX 8 em serviço, informou o órgão regulador da companhia estatal no Weibo.

A Caijing, uma agência de notícias estatal chinesa que cobre finanças e economia, disse que muitos voos programados para usar aviões 737 MAX usariam os modelos 737-800.

A Boeing se recusou a comentar a proibição dos chineses. Nos EUA, a Reuters apurou que as autoridades não sabiam sobre qual informação a China baseava sua decisão. Mas que os americanos não adotariam o mesmo expediente, uma vez que o 737 MAX tinha histórico de sucesso no país e ainda não eram conhecidas as causas do acidente na Etiópia.

Padrões de segurança

De acordo com o site de rastreamento de voos FlightRadar24, não havia aviões Boeing 737 Max 8 sobrevoando a China no início desta segunda-feira.

A maior parte da frota de 15 jatos da Air China aterrisou na noite de domingo (11), com exceção de dois que desembarcaram em destinos internacionais, segundo dados do FlightRadar24.

A China Southern Airlines também tem sua frota em solo. A China Eastern Airlines possui quatro jatos 737 MAX, que desembarcaram na noite de domingo, e não tem mais voos agendados até terça-feira.

A Cayman Airways informou que manterá em solo seus dois novos jatos 737 MAX 8 até receber mais informações.

Já a Fiji Airways disse que tinha plena confiança em sua frota. "Continuamos a garantir que nosso programa de manutenção e treinamento para pilotos e engenheiros atenda aos mais altos padrões de segurança", disse a companhia aérea.

A Singapore Airlines, cuja subsidiária regional SilkAir opera o 737 MAX, disse estar monitorando a situação de perto, mas seus aviões continuam operando conforme o planejado.

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