Descrição de chapéu RFI

'Coletes amarelos' fazem 16ª mobilização e prometem revigoração do movimento em março

Cerca de 40 mil pessoas protestaram pela França neste sábado (2)

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Manifestantes participam de ato dos "coletes amarelos" em Paris, na França - Christian Hartmann - 2.mar.2019/Reuters)
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​Cerca de 40 mil “coletes amarelos” manifestaram neste sábado (2) em toda a França, segundo os últimos dados do ministério do Interior francês. Em Paris, eles eram 4 mil a participar da 16ª mobilização contra as escolhas políticas do presidente Emmanuel Macron. Diversos participantes preveem, apesar da queda no número de manifestantes, que o mês de março irá revigorar o movimento.

A manifestação parisiense contou com nomes importantes para os “coletes amarelos”, como Eric Drouet e Maxime Nicolle. Na capital, uma marcha de 12km foi organizada, partindo do Arco do Triunfo, na avenida Champs-Elysées. Até agora, tudo ocorreu sem confrontos.

“Somos menos numerosos que o normal, mas ainda estamos aqui, isso é o mais importante, não vamos desistir porque a situação não vai melhorar”, disse à AFP Murielle, uma juíza aposentada. Outras cidades também tiveram suas marchas dos “coletes amarelos”, como Nice, Estrasburgo, Lille, Nantes, Bordeaux e Toulouse.

Muitos acreditam que, a despeito da queda na taxa de participação das últimas semanas, o dia 16 de março vai revitalizar a manifestação. Nesse data, Marcon terminará o Grande Debate Nacional, sua série de encontros com a população francesa em resposta aos protestos iniciados no fim de 2018.

“O Grande Debate é apenas uma distração”, afirma Marco, de 27 anos, que protesta na cidade de Alès. Segundo ele, Macron continua exercendo um poder “que não escuta nada e permanece servindo as potências, os bancos e as multinacionais que matam nossos territórios”, estima o jovem.

“MACRON, VOCÊ SAI!”

“O fim do Grande Debate será o fim da distração. Vamos continuar a lutar porque o movimento vai mudar o rosto do mandato de Macron e da França para sempre”, afirma Alexandre Chantry, de Lille, cidade onde alguns belgas se uniram aos protestos.

“Teremos um dia importante, 16 de março, mais organizado do que nunca, e seremos ainda mais motivados em várias regiões, além de muitos países que vão colaborar com os protestos de Paris”, disse um dos líderes do movimento, Eric Drouet, em um vídeo publicado na sexta-feira (1).

Na cidade de Colmar, os moradores vestiram a Estátua da Liberdade com um colete amarelo. “Macron, você sai”, diz um cartaz próximo. Um manifestante fez uma denúncia neste sábado por ter sido “impedido de protestar”, alegando ataque à sua liberdade.

CONFRONTOS EM NANTES E TOULOUSE 

Na cidade de Nantes, a polícia entrou em confronto com os manifestantes. De acordo com a polícia, cerca de 1.800 pessoas foram dispersadas por volta das 17h – três ficaram detidas.

“Houve muita degradação: uma agência bancária, outra de viagem, diversos comércios…”, disse uma fonte da prefeitura, detalhando que os manifestantes usaram coquetéis Molotov. “As forças de ordem fizeram de tudo para proteger ao máximo o centro da cidade.”

Segundo um fotógrafo da AFP, algumas pessoas arremessaram garrafas com ácido nos policiais, que retrucaram com gás lacrimogêneo. Desde o começo do movimento, Nantes tem sido palco de violências e degradações.

Já em Toulouse, a marcha começou calma, mas terminou também com conflitos. Pouco antes do início dos confrontos, os participantes picharam “Anistia aos ‘coletes’” na entrada do Palácio da Justiça. “Nossa mobilização não acabou e, se nada de novo for anunciado, teremos que ir ainda mais longe”, disse o artesão Pierre Rivière.

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