Eleição na Índia será realizada a partir de 11 de abril e terá 900 milhões de eleitores

Premiê Narendra Modi teve alta nas pesquisas após confrontar Paquistão

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Fazendeiro indiano durante comício em Jaipur, no estado de Rajasthan - Vishal Bhatnagar - 9.jan.2019/AFP
Nova Déli | Reuters e AFP

A Índia realizará uma eleição geral em sete etapas, a partir de 11 de abril, anunciou a comissão eleitoral neste domingo (10), no que será o maior exercício democrático do mundo.

A votação será realizada em sete datas diferentes, sendo a última delas em 19 de maio.  A contagem de votos deve terminar em 23 de maio.

Cerca de 900 milhões de cidadãos estão aptos a votar e 15 milhões deles têm idades entre 18 e 19 anos, em um enorme exercício que durará mais de um mês, disse o chefe da comissão eleitoral Sunil Arora, em uma coletiva de imprensa na capital, Nova Déli.

Arora disse que três observadores especiais seriam instalados nos Estados de Jammu e Caxemira, ao norte, onde a Índia está enfrentando várias insurgências e onde as eleições normalmente são marcadas pela violência. 

Ele afirmou que Facebook, Twitter, Google e WhatsApp se comprometeram a combater notícias falsas implantando verificadores de fatos e funcionários disponíveis para reclamações.

Partidos políticos da Índia estavam violando as regras de uso do WhatsApp na campanha para a eleição do país, disse um executivo do aplicativo de mensagens à agência Reuters, em fevereiro. 

Algumas semanas atrás, a falta de empregos e preços agrícolas baixos estavam prejudicando a popularidade do premiê Narendra Modi, que busca a reeleição. Mas as pesquisas dizem que seu Partido Bharatiya Janata (BJP), de cunho hindu-nacionalista, agora tem uma vantagem clara, após as forças armadas indianas terem enfrentado o arquirrival Paquistão no mês passado, disparando uma onda de fervor patriótico pelo país de 1,3 bilhão de habitantes.

Os confrontos entre a Índia e o Paquistão foram causados por um ataque a bomba que matou 40 policiais paramilitares indianos em 14 de fevereiro, na região da Caxemira, que é disputada pelos dois países. Um grupo militante baseado no Paquistão assumiu a responsabilidade pelo ataque e a Índia acusou o Paquistão de ser cúmplice –acusação que o Paquistão nega.

Confrontos aéreos entre os dois países, que têm armas nucleares, continuam e, embora tenham sido levantados questionamentos sobre quão eficaz a atuação militar indiana de fato foi, os índices de aprovação de Modi subiram.

"Eu votarei em Narendra Modi pela primeira vez porque eu gostei do que ele fez contra o Paquistão", disse Anjali Tivari enquanto buscava o filho na escola em Mumbai. “Estou impressionada. Ele deu a resposta certa ao Paquistão."

Das 543 vagas do parlamento disponíveis, 241 poderiam ir para a aliança governista de Modi ante 141 para a aliança liderada pela oposição no Congresso, de acordo com uma pesquisa nacional da agência de pesquisas CVoter que ouviu 50 mil pessoas nas últimas quatro semanas.

“O coração hindi –exceto Uttar Pradesh– retomou as forças devido ao problema do Paquistão,” disse Yashwant Deshmukh, fundador da CVoter, referindo-se ao estado de Uttar Pradesh, que envia o maior número de parlamentares para a Câmara dos Deputados da Índia e é um campo de batalha essencial para a eleição.

Pesquisas divulgadas em janeiro, antes das tensões mais recentes com o Paquistão, mostravam o BJP e seus aliados como o maior grupo na eleição, mas não atingiam a maioria.

O HSBC Securities and Capital Markets disse em uma nota que a segurança nacional e o nacionalismo poderiam superar os problemas econômicos na preferência dos eleitores.

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