O ex-chefe da campanha de Donald Trump foi condenado por um juiz federal na capital Washington nesta quarta (13) a 73 meses de prisão em um caso ligado a investigação da participação da Rússia na eleição de 2016.
Paul Manafort, 69, que comandou a campanha do republicano entre junho e agosto de 2016, foi condenado por duas acusações de conspiração —quando uma pessoa se junta a outras para cometer um crime.
No caso, ele era acusado de ter conspirado para cometer crimes como lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça.
Além de trabalhar com Trump e com outros nomes do Partido Republicano, ele também prestou consultoria para políticos pró-Rússia na Ucrânia.
Suas atividades ilegais acabaram sendo descobertas pelo procurador especial Robert Mueller, que investiga a participação de Moscou no pleito que elegeu Trump.
Inicialmente, Manafort fez um acordo com a equipe de Mueller e se declarou culpado das acusações em setembro de 2018. Em fevereiro de 2019, porém, o consultor foi acusado de ter violado o acordo, que acabou sendo desfeito.
O consultor já tinha sido condenado na semana passada a 47 meses de prisão por fraudes fiscais e bancárias por um juiz no estado da Virgínia.
Segundo a juíza Amy Berman Jackson, responsável pela decisão desta quarta, 30 meses das duas penas deverão ser cumpridos de maneira conjunta porque os crimes são relacionados.
Na prática, portanto, a pena total de Manafort é de sete anos e meio (90 meses), sendo que ele já cumpriu nove meses.
Na audiência, Manafort pediu à juíza que ela não acrescentasse tempo a sua pena e se desculpou por suas ações, mas Jackson disse que a declaração soava vazia e que o consultor mentiu e cometeu fraudes repetidamente.
"Sinto muito pelo que fiz e por todas as atividades que nos levaram até aqui hoje", disse o republicano. "Este caso já tirou tudo de mim —minhas propriedades, meu dinheiro, meu seguro de vida, contas de confiança para meus filhos e netos, e ainda mais", acrescentou Manafort.
"Dizer 'me desculpe, eu fui pego' não é um apelo inspirador para clemência", disse a juíza ao consultor, que compareceu à audiência em uma cadeira de rodas por sofrer de gota.
Segundo o jornal The New York Times, ainda há a possibilidade de que Trump decida perdoar Manafort. Procurada, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o presidente tomará uma decisão quando estiver pronto.
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