Descrição de chapéu Governo Trump

Ex-chefe de campanha de Trump é sentenciado por fraude a 3 anos e 11 meses de prisão

Paul Manafort ainda pagará US$ 24 milhões de restituição ao governo e multa de US$ 50 mil

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Washington

O ex-chefe de campanha do presidente Donald Trump, Paul Manafort, foi sentenciado nesta quinta-feira (7) a 3 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de fraude fiscal e bancária.

Os crimes foram descobertos durante a investigação conduzida pelo procurador especial, Robert Mueller, sobre a atuação da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

 
Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Trump, chega para audiência em Washington
Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Trump, chega para audiência em Washington - Brendan Smialowski - 15.jun.18/AFP

O juiz T.S. Ellis proferiu a sentença, que definiu a pena a ser cumprida por Manafort, após um tribunal da Virgínia declará-lo culpado, em agosto de 2018, por oito das 18 acusações que existiam contra ele.

Manafort, 69, enriqueceu trabalhando para políticos ucranianos pró-Rússia antes de participar da campanha eleitoral de Trump. Ele compareceu à audiência em uma cadeira de rodas devido a uma doença que o deixa com inchaço nas articulações.

Entre os crimes praticados por Manafort estão a apresentação de declarações fiscais falsas e fraudes bancárias. Ele também não declarou contas no exterior, segundo a decisão.

O juiz também ordenou que o ex-chefe de campanha de Trump pague pouco mais de US$ 24 milhões (cerca de R$ 92 milhões) de restituição ao governo americano e uma multa de US$ 50 mil (R$ 194 mil).

Durante a audiência desta quinta, Manafort afirmou que sua vida profissional e financeira está “em frangalhos” e que dizer que fora “humilhado e constrangido seria pouco”.

De acordo com a agência Reuters, havia a expectativa de que o ex-auxiliar de Trump fosse condenado a até 24 anos de prisão. O juiz, porém, considerou que a pena seria “excessiva” e “desequilibrada” em relação a casos semelhantes.

O tempo de pena foi inferior até àquele pedido pela defesa de Manafort —entre 4 anos e três meses e cinco anos e três meses de prisão.

O ex-chefe de campanha está preso desde julho de 2018. O tempo que já passou preso será subtraído da pena a que foi condenado nesta quinta.

Como ele ainda responde a outro processo, no entanto, pode ser condenado a mais anos de prisão.

A próxima audiência que definirá a situação está marcada para a quarta-feira (13). Na ocasião, um tribunal de Washington decidirá a pena que o consultor deverá cumprir pelos crimes de conspiração e interferência nos depoimentos de testemunhas.

A pena máxima para esses delitos é de dez anos de prisão, mas o juiz pode decidir que a pena será somada a das outras condenações, e não cumprida simultaneamente. 

Vida de luxo

Manafort se juntou à campanha de Trump depois que seu trabalho de lobista para o governo ucraniano deixou de ser financeiramente atrativo.

Durante o julgamento, os promotores detalharam seu estilo de vida luxuoso. Manafort era dono de várias propriedades, carros de luxo e relógios, além de tapetes persas. Ele teria gasto mais de US$ 1 milhão (R$ 3,9 milhões) na compra de ternos e casacos feitos sob medida por marcas de grife —incluindo um sobretudo de cerca de R$ 58 mil de couro de avestruz.

Trump afirmou anteriormente que os crimes de seu ex-assessor não têm conexão com ele ou com as alegações de que sua campanha conspirou com autoridades russas para influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2016.

Manafort é o único de uma lista de 34 pessoas e três empresas denunciadas pelo procurador especial, Robert Mueller, a ser julgado.

Muitos outros, incluindo ex-assessores da campanha de Trump, como Rick Gates e George Papadopoulos, além de Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional, e Michael Cohen, ex-advogado pessoal do republicano, declararam-se culpados e fizeram acordos com a Justiça americana.

Não é o caso de Roger Stone, assessor político de Trump. Ele não se declarou culpado e vai enfrentar processo judicial.

Trump, que considera a investigação de Mueller uma “caça às bruxas” com motivações políticas, disse em novembro do ano passado que não descartaria conceder perdão presidencial a Manafort.

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