O Ministério de Relações Exteriores emitiu nota neste sábado (2) em que externou preocupação com a segurança do autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
"O governo brasileiro manifesta a expectativa de que sua volta à Venezuela ocorra sem incidentes", afirmou o Itamaraty, sob comando do chanceler Ernesto Araújo.
"Que os direitos e segurança do presidente Guaidó, seus familiares e assessores sejam plenamente respeitados por aqueles que ainda controlam o aparato de repressão do regime", completou.
As circunstâncias do retorno de Guaidó ao seu país depois de um périplo pela América Latina estão nebulosas.
Nesta semana, o ditador Nicolás Maduro, em entrevista à TV americana ABC, sugeriu que Guaidó pode ser preso ao regressar.
Questionado se permitiria a volta do opositor, Maduro disse: "Ele pode sair e voltar, mas terá que dar explicações à Justiça, porque foi proibido de deixar o país. Ele tem que respeitar as leis."
Guaidó foi proibido de deixar o país e teve contas bloqueadas pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que é alinhado a Maduro. Em janeiro, o deputado opositor chegou a ser detido por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) por cerca de uma hora.
Na nota deste sábado, o Itamaraty "rechaçou as intimidações e ameaças do regime Maduro contra o presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, e sua família".
O líder da oposição venezuelana tem dito que gostaria de chegar em Caracas pelo aeroporto de Maiquetía, e não em uma travessia clandestina pela fronteira da Colômbia, como fez para ir à Cúcuta, no último dia 23.
Para o governo dos Estados Unidos, uma eventual prisão de Guaidó pode precipitar um desfecho para a crise que acomete o país vizinho diante do cerco à ditadura Maduro.
“Seria um erro terrível do regime (Maduro), talvez fosse o último erro que o regime cometeria", afirmou à Folha Kimberly Breier, secretária Adjunta de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental.
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