As autoridades da Nova Zelândia começaram a divulgar neste sábado (16) detalhes sobre as vítimas do massacre de sexta (15) na cidade de Christchurch e anunciaram que há crianças entre os 50 mortos na ação.
O comissário da polícia local, Mike Bush, divulgou também mais detalhes do caso e confirmou que foi o mesmo atirador que realizou o ataque contra as duas mesquitas —a suspeita era que poderia haver um segundo atirador.
O atirador foi identificado como o australiano Brenton Tarrant, 28, que foi detido pela polícia e segue preso. Na manhã deste sábado, ele foi levado a um tribunal e oficialmente denunciado por homicídio.
Em entrevista coletiva, Bush disse que as investigações mostraram que duas pessoas que também tinham sido detidas após a ação não tinham ligação com o caso. Uma delas foi liberada e uma segunda foi indiciada por porte ilegal de armas.
Ele confirmou ainda que a principal hipótese é que Tarrant agiu sozinho, mas a polícia segue investigando se outras pessoas participação do planejamento do ataque. A existência de um segundo atirador, porém, está descartada.
Tarrant transmitiu ao vivo o massacre pelo Facebook. As imagens mostram ele entrando na mesquita de Al Noor, no centro da cidade, e disparando contra os frequentadores —41 pessoas morreram no local.
Após o ataque no local, o australiano entrou em seu carro e dirigiu por sete minutos até outra mesquita, de Linwood, onde matou outras sete pessoas. A última vítima morreu no hospital.
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse que Tarrant planejava continuar seu ataque após a ação na segunda mesquita, mas acabou sendo preso por dois policiais comunitários que estavam no local.
Segundo ela, o atirador foi detido 36 minutos após os serviços de emergência terem sido avisado dos primeiros tiros, por volta das 13h40 locais de sexta (21h40 de quinta no horário de Brasília).
O autor divulgou pouco antes do ataque um manifesto pelo Twitter no qual assumiu a autoria da ação e elencou líderes racistas e nacionalistas como seus heróis.
O gabinete de Ardern afirmou que Tarrant enviou por email diretamente para ela o texto do manifesto dez minutos antes de começar os ataques.
Além dela, outros políticos e veículos da imprensa internacional também receberam o texto, disse o governo.
Também neste sábado, o jornal New Zealand Herald conseguiu confirmar o nome de ao menos 25 vítimas, com idades que vão de 3 a 71 anos. Além de neozelandeses, há entre os mortos palestinos, indianos, bengalis, paquistaneses e egípcios.
Ardern já tinha anunciado que havia estrangeiros entre os mortos, incluindo imigrantes da Turquia, Malásia, Paquistão, Arábia Saudita e Indonésia. Ao menos cinco crianças também morreram, de acordo com a publicação.
Os nomes, porém, ainda não foram confirmados pelas autoridades neozelandesas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.