Príncipe Charles chega a Cuba e se torna primeiro da família real a visitar o país

Viagem tem como objetivo estreitar relações comerciais e aumentar influência política no Caribe

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Havana | Reuters

O príncipe Charles e sua esposa, Camilla, desembarcaram em Havana neste domingo (24), na primeira viagem oficial da família real britânica a Cuba.

Pouco depois de chegar em um avião da Royal Air Force, o príncipe colocou uma coroa de flores no memorial do herói da independência Jose Martí, na Praça da Revolução de Havana, cheio de retratos de guerrilheiros, incluindo Ernesto "Che" Guevara.

Durante sua visita histórica de três dias, parte de uma turnê caribenha mais ampla, o príncipe de Gales, de 70 anos, vai jantar com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, conhecer o bairro colonial restaurado de Havana, visitar projetos comunitários e de energia verde e assistir a um desfile de carros antigos britânicos.

O príncipe Charles (centro), ao lado de sua esposa Camilla, participam de cerimônia no monumento Jose Martí, em Havana
O príncipe Charles (centro), ao lado de sua esposa Camilla, participam de cerimônia no monumento Jose Martí, em Havana - Alexandre Meneghini/Reuters

A visita real, em consonância com uma normalização mais ampla nas relações entre Ocidente e Cuba, ocorre três anos depois da passagem do ex-presidente dos EUA Barack Obama pelo país, anunciada como o início de um novo capítulo para os laços entre os antigos inimigos da Guerra Fria.

Desde que Donald Trump assumiu os EUA, no entanto, os americanos voltaram a pressionar Cuba, incluindo o estreitamento de seu embargo comercial na ilha. E aumentaram a pressão sobre a Venezuela, aliada de Cuba.

O governo do Reino Unido pediu ao casal real que incluísse Cuba em sua viagem ao Caribe, que tem como objetivo visitar antigos e atuais territórios britânicos, na esperança de aumentar os laços comerciais e culturais e a influência política.

O comércio britânico com Cuba foi inferior a US$ 100 milhões (cerca de R$ 391 milhões) no ano passado, e apenas algumas empresas britânicas conhecidas têm investimentos por meio de subsidiárias, como a Imperial-Brands, a British-American Tobacco e a Unilever.

O príncipe Chales e sua esposa, Camilla, são recebidos pela ministra das Relações Exteriores de Cuba, Ana Teresita Gonzalez, ao desembarcarem em Havana
O príncipe Chales e sua esposa, Camilla, são recebidos pela ministra das Relações Exteriores de Cuba, Ana Teresita Gonzalez, ao desembarcarem em Havana - Adalberto Roque/AFP

Oportunidades para fazer negócios, no entanto, devem crescer à medida que a maior ilha do Caribe continua abrindo sua economia sitiada e dominada pelo Estado. Essas incluem oportunidades em seu setor de turismo, que já atrai cerca de 200 mil turistas britânicos por ano.

Além disso, o Reino Unido tem buscado angariar mais negócios com parceiros alternativos desde que iniciou as tratativas para deixar a União Europeia, há três anos.

Os planos de altos funcionários para acompanhar o príncipe de Gales foram frustrados pelo impasse político em Londres sobre a melhor forma de deixar a UE antes do prazo inicial de 29 de março.

Díaz-Canel receberá Charles no Palácio da Revolução na noite desta segunda-feira (25). Será o segundo encontro deles em um ano —o presidente cubano de 58 anos fez uma visita ao príncipe em novembro, em Londres, em sua primeira viagem a vários países desde que substituiu Raúl Castro, em abril passado, no comando de Cuba.

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