Descrição de chapéu Venezuela

Sanções ampliam crise na Venezuela, diz chefe de direitos humanos da ONU

Michelle Bachelet falou da situação do país durante apresentação de relatório anual a conselho

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Genebra | AFP

A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta quarta-feira (6) que a crise política, econômica e social na Venezuela tem sido "exacerbada pelas sanções" internacionais.

"A situação na Venezuela ilustra claramente a maneira como as violações dos direitos civis e políticos —incluindo a não defesa das liberdades fundamentais e a independência das instituições chave— podem acentuar um declínio dos direitos econômicos e sociais", declarou Michelle Bachelet, no discurso de apresentação de seu relatório anual ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos da ONU, em seu discurso em Genebra
Michelle Bachelet, alta comissária de Direitos Humanos da ONU, em seu discurso em Genebra - Fabrice Coffrini/AFP

"Isto mostra também como a rápida deterioração destas condições econômicas e sociais provoca um número ainda maior de protestos, uma repressão ainda maior e novas violações dos direitos civis e políticos", completou.

Para Bachelet, "esta situação foi exacerbada pelas sanções, e a atual crise política, econômica, social e institucional resultante é alarmante".

O Conselho dos Direitos Humanos da ONU voltará a tratar de modo mais profundo da situação na Venezuela no dia 20 de março, na presença da alta comissária. Em novembro, Bachelet foi convidada por Caracas a viajar à Venezuela para "ver os efeitos das sanções", o que ainda não ocorreu.

No discurso, Bachelet abordou também outros temas, como a prisão de mulheres ativistas pela Arábia Saudita e a perseguição a minorias na Índia e na China

A apresentação da alta comissária foi feita no momento em que o ditador Nicolás Maduro convocou protestos para o dia 9 de março, quatro anos depois do anúncio das primeiras sanções impostas pelo então presidente americano Barack Obama.

Na terça-feira, o representante especial dos Estados Unidos para a crise na Venezuela, Eliott Abrams, anunciou que Washington deve impor em breve novas restrições de vistos americanos aos que apoiam  Maduro.

Além disso, não descartou que, após as sanções econômicas impostas ao regime, o Tesouro americano possa adotar "sanções secundárias" contra empresas estrangeiras ou até mesmo países que continuem negociando com entidades venezuelanas na lista negra dos Estados Unidos.

Vinte anos após a chegada ao poder de Hugo Chávez, que morreu em 2013,  Maduro enfrenta uma onda de protestos liderada pelo opositor e presidente do Parlamento, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países.

Quase 2,7 milhões de venezuelanos fugiram desde o início da crise política e econômica em 2015, de acordo com a ONU.


 

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