Sem recursos, Etiópia enviará caixas-pretas de avião para serem analisadas na Europa

Acidente com Boeing 737 MAX 8 deixou 157 mortos e levou a veto do modelo em mais de 40 países

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Caixa-preta do avião que caiu na Etiópia, recuperada entre os destroços - Xinhua
Adis Abeba (Etiópia) e Oslo (Noruega) | AFP e Reuters

​A Etiópia enviará para a Europa as caixas-pretas do avião Boeing 737 MAX 8 que caiu no domingo (10), pois o país não possui meios técnicos para analisar os dados contidos nelas.

"Vamos enviá-las para a Europa, mas ainda não foi definido o país", disse Asrat Begashaw, porta-voz da Ethiopian Airlines, companhia aérea que operava o avião que caiu. O acidente deixou 157 mortos.

O CEO da companhia, Tewolde Gebre Mariam, já havia declarado à CNN que as caixas-pretas deveriam ser examinadas no exterior, em um país escolhido pelos investigadores.

O acidente do Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines no domingo, pouco mais de quatro meses após uma tragédia similar com um avião da companhia Lion Air na Indonésia, levou a União Europeia e outros países a fecharem seu espaço aéreo a este modelo de aeronave. 

Nesta quarta (13), Egito, Tailândia, Líbano e Uzbequistão também proibiram o uso da aeronave em seus países, e se juntaram a uma lista que soma mais de 40 países.

No Brasil, pousos, decolagens e sobrevoos do 737 MAX seguem liberados. A Gol, única empresa nacional que possui unidades do modelo, deixará de utilizá-lo temporariamente.

Entre os dez países com maior movimento de passageiros, apenas EUA e Japão seguem permitindo o uso do modelo. Empresas como American Airlines e United possuem unidades do MAX 8.

A companhia de baixo custo Norwegian Air Shuttle, que decidiu manter suas 18 aeronaves 737 MAX 8 em terra, exigirá indenizações financeiras da Boeing, declarou um porta-voz da empresa.

Terceira maior companhia de baixo custo na Europa, mergulhada em uma difícil situação econômica, a Norwegian suspendeu 19 trajetos nesta quarta-feira (13), após anunciar um dia antes a suspensão dos voos de seus Boeings 737 MAX 8.

"Vamos enviar a fatura total para a Boeing", afirmou Lasse Sandaker-Nielsen, no site de notícias e24. "A Norwegian não deve ser penalizada economicamente porque um avião totalmente novo não pode voar", afirmou.

A Boeing, cuja sede fica em Chicago, nos Estados Unidos, reafirmou sua "total confiança" na segurança do 737 MAX 8, e trabalha com as autoridades americanas para melhorar o software de controle que ajuda a manter o avião no ar. A atualização deve ser entregue nas próximas semanas.

De acordo com Tewolde, os pilotos da Ethiopian continuaram treinando com o MAX 8 após o acidente da Lion Air ."Há uma grande semelhança entre os acidentes. Há muitas perguntas abertas sobre este avião", disse.

Também nesta quarta, dezenas de parentes de vítimas do acidente prestaram homenagens aos mortos perto do local onde os destroços foram encontrados, na Etiópia. Foram montadas tendas decoradas com rosas brancas.

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