A capital francesa foi palco, neste sábado (20), de novos confrontos entre "coletes amarelos" e a polícia. No meio do dia, a polícia havia prendido 227 pessoas em Paris e feito mais de 20.500 checagens preventivas, segundo a instituição.
Até às 19h (horário local, 14h horário de Brasília) 178 pessoas foram detidas no 23º ato de protesto do movimento, que surgiu em novembro de 2018.
Segundo a contagem das autoridades, 27.900 manifestantes protestavam na França, sendo 9.000 deles em Paris.
No sábado anterior, 31.100 pessoas protestaram em todo país, sendo 5.000 delas na capital, segundo dados oficiais — número questionados pelos manifestantes.
A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Uma parte da tropa também marchou em direção a multidão para encaminhá-la para a Place de la Republique, local em que o protesto era autorizado.
Os manifestantes pretendiam se reunir nas proximidades da catedral de Notre-Dame, que foi atingida por um incêndio nesta segunda (15), mas foram proibidos.
O acesso também foi negado a locais emblemáticos como a Champs-Élysée e, fora de Paris, o centro de Lyon e a praça do Capitólio em Toulouse.
Muitos dos “coletes amarelos” fizeram referência à catedral de Notre-Dame, que recebeu, depois do incêndio, pronto apoio financeiro de corporações e famílias ricas para sua reconstrução —num total que ultrapassou o valor de 1 bilhão de euros (R$ 4,42 bilhões).
“Milhões para Notre-Dame e nada para nós, os pobres”, dizia um cartaz. Em outro, era possível ler: “Tudo para a catedral, nada para os miseráveis”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, tinha programado um discurso em que iria tratar de reformas sociais para aplacar os protestos, mas ele foi cancelado depois do incêndio e remarcado para a quinta-feira (25).
Paris estava em alto estado de alerta depois que Christophe Castaner, ministro do Interior, disse que serviços de inteligência avisaram da possibilidade de conflitos em Paris, Toulouse, Montpellier e Bordeaux —em uma nova edição dos protestos violentos que marcaram o 16º ato dos coletes amarelos.
Muitas estações do metro parisiense foram fechadas e por volta de 60 mil policiais foram mobilizados ao redor da França, segundo as autoridades.
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