O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou nesta segunda-feira (1º) os impactos diplomáticos da decisão da Autoridade Palestina de convocar seu embaixador no Brasil.
Para o general da reserva, o gesto dos palestinos é um método comum utilizado na diplomacia como parte de uma estratégia de pressionar um país.
O governo estrangeiro reagiu no domingo (31) à decisão do presidente Jair Bolsonaro de abrir um escritório de negócios em Jerusalém. Em nota, chamou a iniciativa de uma "violação flagrante da legitimidade".
"É um método diplomático. Vamos lembrar sempre que diplomacia não é o objetivo final, mas a forma da gente conduzir um relacionamento. E faz parte das pressões que vão ocorrer a partir do momento que foi tomada a decisão", disse Mourão.
Na opinião de Mourão, a Autoridade Palestina entenderá que a abertura do escritório não tem "nada a ver com diplomacia" e que ela não altera a visão do Brasil em defesa da necessidade de que israelenses e palestinos "tenham uma convivência pacífica naquela região".
"Vamos aguardar. A chamada do embaixador é aquela [coisa], chama para consulta: vai lá, bate um papo e daqui a pouco ele volta, mais ou menos assim que funciona", disse. "Ele volta, volta sim", acrescentou.
Para ele, a decisão de criar um escritório de negócios é um "passo intermediário" na ideia inicial do presidente em transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, gesto que enfrenta protestos da comunidade árabe.
"Não vejo nada demais [na abertura do escritório]. É algo que não tem nada a ver com a diplomacia. Podemos até considerar um passo intermediário naquela ideia inicial de mudar a embaixada", ressaltou.
Nesta segunda-feira (1º), em viagem a Israel, Bolsonaro disse que é direito dos palestinos reclamarem de sua intenção de mudar a embaixada brasileira e ressaltou que tem até 2022, quando termina seu mandato, para fazer a transferência.
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