Descrição de chapéu Venezuela

Em dia de protestos pelo país, Maduro prende dois deputados opositores

Dupla foi liberada horas depois; mais de 350 cidades realizam atos contra o regime

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O líder opositor Juan Guaidó sinaliza para manifestantes durante protesto em Caracas neste sábado (6)
O líder opositor Juan Guaidó sinaliza para manifestantes durante protesto em Caracas neste sábado (6) - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Caracas | AFP

Dois deputados da oposição ao ditador Nicolás Maduro foram detidos neste sábado (6) por forças leais ao regime quando participavam de um protesto na cidade de Maracaibo.  

O ato era uma das mais de 350 manifestações convocadas em todo o país pelo líder opositor Juan Guaidó. A dupla de parlamentares foi liberada horas após a detenção, e o regime não explicou o que ocorreu. 

"Quero denunciar que o delegado Renzo Prieto foi detido pela Guarda Nacional. Eles também prenderam a deputada Nora Bracho", disse a também deputada Adriana Pichardo, em áudio divulgado pela equipe de Guaidó.

Não é a primeira vez que aliados do líder opositor, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, incluindo Brasil e EUA, são detidos pelas forças do regime . 

Em 21 de março, a Sebin (agência de inteligência venezuelana, vinculada a Maduro) deteve o chefe de gabinete de Guaidó, Roberto Marrero. Ele segue "sequestrado pela ditadura", segundo sua mulher declarou em vídeo publicado em uma rede social na sexta (5).

As forças do regime também reprimiram no sábado manifestantes que se dirigiam para a sede da Corporação Elétrica Nacional em Maracaibo, noticiou o jornal El Nacional.

Segundo José Javier Barboza, líder estudantil da Universidade de Zulia, 30 manifestantes foram ​feridos— entre os quais sete estudantes— com balas e gás lacrimogêneo usados pela polícia.

Em discurso durante manifestação em Caracas, Guaidó disse que a prisão dos deputados foi uma medida desesperada do regime. 

O líder opositor convocou manifestações para este sábado em mais de 350 pontos espalhados por todo o país, no que ele chamou de Operação Liberdade.

"Miraflores [sede do governo Maduro] treme porque estamos nas ruas. Enquanto eles estão encurralados e acreditam que com isso conseguiram algo, nós nos organizamos”, disse.

Apoiadores de Juan Guaidó lotam as ruas de Caracas - AFP

O objetivo é aumentar a pressão contra Maduro, cada vez mais cercado por sanções e ameaças dos Estados Unidos. 

Em resposta, o chavismo convocou uma manifestação com o lema "em defesa da soberania e contra o imperialismo".

Reunidos em cúpula na França, chefes da diplomacia dos países do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia) divulgaram comunicado no qual pedem o restabelecimento da democracia na Venezuela e a realização de novas eleições presidenciais. O grupo de nações industrializadas já havia rechaçado a eleição de 2018 da qual Nicolás Maduro saiu vitorioso. 

O comunicado ressalta ainda que "a infraestrutura do país está degradada" e demonstra preocupação com a presença de forças militares russas no país, "o que corre o risco de agravar uma situação critica". A Rússia abriu um centro de treinamento de pilotos de helicópteros militares na Venezuela nesta semana.

A Venezuela vem sofrendo uma série de apagões, que têm comprometido o abastecimento de água potável no país, gerando casos de febre tifoide e hepatite.

Nesta semana, a Assembleia Constituinte da Venezuela, controlada pelo regime Maduro, retirou a imunidade parlamentar de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora. Ele está sujeito a ser denunciado e processado pela Justiça com um, o que pode levar à sua prisão.

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