O presidente Jair Bolsonaro (PSL) enviou uma mensagem neste sábado (13) a autoridades de Israel para reverter a polêmica em torno de uma declaração sua de que seria possível perdoar o Holocausto.
"Deixei escrito no livro de visitantes do Memorial do Holocausto em Jerusalém: 'AQUELE QUE ESQUECE SEU PASSADO ESTÁ CONDENADO A NÃO TER FUTURO'. Portanto, qualquer outra interpretação só interessa a quem quer me afastar dos amigos judeus. Já o perdão é algo pessoal, nunca num contexto histórico como no caso do Holocausto, onde milhões de inocentes foram mortos num cruel genocídio", disse o presidente na carta.
Na última quinta (11), durante encontro com evangélicos no Rio, Bolsonaro disse: "Fui, mais uma vez, ao Museu do Holocausto. Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer. E é minha essa frase: Quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro. Se não queremos repetir a história que não foi boa, vamos evitar com ações e atos para que ela não se repita daquela forma".
A declaração gerou polêmica em Israel, país do qual o presidente tem se aproximado. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, publicou no sábado (13), em uma rede social, uma mensagem respondendo à declaração de Bolsonaro.
"Nós sempre iremos nos opor a aqueles que negam a verdade ou aos que desejam expurgar nossa memória —nem indivíduos ou grupos, nem líderes de partidos ou premiês. Nós nunca vamos perdoar nem esquecer", escreveu Rivlin.
O centro de memória do Holocausto Yad Vashem também havia reagido à declaração de Bolsonaro feita na quinta-feira. Em comunicado divulgado no sábado (13), o museu afirma que "não é direito de nenhuma pessoa determinar se crimes hediondos do Holocausto podem ser perdoados".
O Yad Vashem é um memorial dedicado a homenagear as vítimas e os que combateram o genocídio de seis milhões de judeus pelos nazistas.
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