Estado Islâmico divulga vídeo que seria de seu líder pela primeira vez em 5 anos

Nas imagens, homem identificado como Abu Bakr al-Baghdadi diz que ataques no Sri Lanka foram represália por perdas na Síria

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Abu Bakr al-Baghdadi, em vídeo divulgado pelo Estado Islâmico - Al-Furqan/AFP
Bagdá e Cairo | AFP e Reuters

O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou nesta segunda-feira (29) um vídeo que mostra um homem apontado como Abu Bakr al-Baghdadi, líder da organização. É a primeira vez em cinco anos que o EI exibe imagens de seu chefe. 

O vídeo dura 18 minutos. No início, é exibida a data de abril de 2019. A data em que este vídeo foi feito e a autenticidade não puderam ser confirmadas. Nas imagens, o homem identificado como Baghdadi declara que "a batalha por Baghuz acabou", em referência ao último território que era controlado pelo EI, tomado por forças da Síria em março de 2019.

Apesar da perda, ele insiste que as operações do EI contra o Ocidente são parte de uma "longa batalha", e que o grupo jihadista "vingará" os membros que foram mortos. "Virá mais depois desta batalha", enfatizou.

Ele também diz que as explosões no Sri Lanka foram uma resposta à perda dos territórios na Síria, e que o EI executou ao todo 92 operações em oito países como vingança pela morte de seus militantes. 

O terrorista também fez um chamado a grupos do oeste da África para multiplicar os ataques contra "a França cruzada e seus aliados". 

O homem apontado como líder exibe no vídeo uma longa barba grisalha, que parece tingida de hena. Ele fala devagar, muitas vezes parando por vários segundos no meio de suas frases. Baghdadi tem idade estimada em 47 anos.

O líder do grupo apareceu pela primeira vez em público em Mossul, em 2014, onde declarou um "califado" islâmico nas faixas do território do EI que controlavam na Síria e no Iraque. Esta foi a última aparição dele em vídeos. 

Al-Baghdadi, em vídeo de 2014, quando declarou criação de califado - Al-Furqan/AFP

Sua última gravação em áudio dirigida a seus seguidores foi divulgada em agosto, oito meses depois que o Iraque anunciou a derrota do EI.

Há dúvidas se o chefe do EI está vivo ou morto. Forças de segurança disseram suspeitar que ele está escondido em alguma parte remota da Síria ou do Iraque.

Ataques aéreos dos Estados Unidos mataram a maioria dos subchefes do EI, incluindo Abu Omar al-Shishani, nomeado ministro da Guerra, Abu Muslim al-Turkmani, governador das áreas do Iraque, e Abu Mohammed al-Adnani, governador dos domínios na Síria.

No início da década, o grupo Estado Islâmico tomou o controle de partes do Iraque e da Síria. Em junho de 2014, este território foi proclamado como um califado. No auge de sua expansão, o EI chegou a controlar, no Iraque e na Síria, uma área equivalente ao estado de São Paulo.

Em março de 2019, forças sírias apoiadas pelos EUA conquistaram o último bastião dominado pelo EI, na Síria. Mesmo assim, o grupo continua sendo considerado uma ameaça devido à sua capacidade de estimular ataques a nível global. 

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