O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que Alan García "não resistiu à maré corruptora" e classificou o ex-presidente do Peru, que se suicidou na quarta-feira (17), como populista.
García, 69, era acusado de envolvimento no escândalo da empreiteira brasileira Odebrecht, que declarou ao Departamento de Justiça americano ter pago US$ 29 milhões em propinas e caixa 2 no Peru.
FHC relembrou que García foi seu aluno quando lecionava na França.
"Ou restabelecemos a simplicidade no viver e o respeito à lei ao governar, ou há risco de ditadores enganarem o povo com discursos morais enganosos" escreveu ele em uma rede social nesta quinta-feira.
O corpo de García, que foi presidente de 1985 a 1990, e de 2006 a 2011, está sendo velado nesta quinta na sede de seu partido, o Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra).
O ex-presidente morreu na quarta-feira (16) em um hospital de Lima após dar um tiro contra a cabeça quando a polícia judiciária anunciou uma ordem por sua prisão por 10 dias por um caso de suposta lavagem de ativos ligado à empreiteira brasileira Odebrecht.
A arma usada tinha sido um presente da Marinha de Guerra peruana durante seu mandato.
O governo decretou três dias de luto nacional, de 17 a 19 de abril, mas a família rejeitou qualquer homenagem.
O partido atribui o suicídio de García a uma perseguição de setores da imprensa e da promotoria responsável pelas investigações.
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