Descrição de chapéu Brexit

Humor britânico aparece em reportagens fictícias de 1º de abril sobre brexit

Governo teria banido piadas por medo de que moradores não distingam realidade de ficção, diz piada do jornal Telegraph

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São Paulo

O tradicional humor britânico, que mistura linguagem sofisticada com sarcasmo, deu as caras neste 1º de abril em uma série de reportagens fictícias na imprensa do Reino Unido em relação ao brexit. Mas, é claro, os textos parecem verdadeiros.

O jornal The Guardian noticia que um grupo de políticos ligados às principais instituições do país teria proposto a criação do posto de “czar curativo”, figura que promoveria o sentimento de comunhão nacional.

A música teria papel fundamental neste processo, já que um nome fortemente cotado para o cargo é o do cantor Bob Geldof, que organizou o festival Live Aid, em 1985, destinado a arrecadar fundos para a fome na Etiópia.

“Ele reuniu o país com o Live Aid —ele pode fazê-lo novamente”, disse um integrante do comitê, segundo o The Guardian.

O periódico The Telegraph noticiou que funcionários do gabinete do governo teriam banido as piadas de 1º de abril neste ano por medo de que os moradores da Inglaterra não saibam mais distinguir o que é realidade e o que é ficção.

A publicação de lorotas pela mídia seria punida com a quebra de costelas dos responsáveis. A sanção seria parte de uma lei de 1653 que tecnicamente nunca foi revogada e agora poderia ser usada sob a legislação que regula o desligamento da ilha da União Europeia (UE).

Segundo o The Telegraph, a medida teria sido adotada após relatos de que, em um cenário de desligamento do bloco europeu sem acordo, os britânicos poderiam ficar sem papel higiênico, seriam impedidos de levarem seus animais de estimação em viagens e não mais encontrariam água engarrafada nos supermercados.

“Nossa mensagem para o público é esta: se você ouvir no rádio uma advertência que lhe dê frio na barriga a respeito do brexit ou de uma saída sem acordo, isto não é uma piada —é uma medida do governo”, disse o fictício Lord Japes, representante do governo da primeira-ministra Theresa May.

Uma possível saída 'dura' também teria repercussão no mundo das artes, noticiou o site The Daily Express. Neste cenário, o Reino Unido, um dos mais longevos participantes do concurso de música pop Eurovision, seria banido da competição que revela novos talentos musicais europeus anualmente. A ilha já ganhou o prêmio de música do ano cinco vezes —mas a última foi há mais de 20 anos.

O “April’s fool”, como é chamado o dia da mentira nos países de língua inglesa, parece mais propício a piadas sobre a situação política do Reino Unido em 2019 do que em anos anteriores. Caso a ilha tivesse oficializado sua saída da UE, que estava originalmente prevista para o dia 29 de março, este seria o primeiro dia útil após o divórcio.

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