O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que as Forças Armadas do país continuam leais a ele e convocou uma manifestação popular em apoio a seu governo.
"Nervos de aço! Conversei com os comandantes de todas as REDI e ZODI [comandos de defesa] do país, que manifestaram sua total lealdade ao povo, à Constituição e à pátria", publicou Maduro em uma rede social.
"Chamo a máxima mobilização popular para garantir a vitória da paz. Venceremos!", prosseguiu o ditador.
Na madrugada desta terça, os líderes opositores Juan Guaidó e Leopoldo López deram início a uma ação para tentar derrubar o governo Maduro.
López, que estava em prisão domiciliar, foi para a rua ao lado de Guaidó. Ambos se dirigiram para a base aérea La Carlota, em Caracas, onde anunciaram o apoio de militares dissidentes e convocaram a população a se juntar a eles.
Mais cedo, Maduro havia compartilhado imagens da TV estatal VTV, que mostravam apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores, sede do governo. Eles estariam ali para protestar contra o movimento liderado por Guaidó para depor o ditador.
Eram 6h (7h em Brasília) quando Caracas despertou de modo tenso. Após as declarações do líder oposicionista em frente à base aérea, o dia amanheceu com buzinaço e gritos. Também eram ouvidos panelaços.
O trânsito por volta das 8h (9h em Brasília) estava caótico. O Exército fechou diversas avenidas da cidade e há congestionamentos nas ruas. Os buzinaços não param, assim como os gritos de “Operação Liberdade” e o famoso “Maduro, vá à m...”, que já virou bordão da oposição.
Maduro também compartilhou uma postagem do ministro da Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, que publicou: “Estamos enfrentando e desafiando um reduzido número de efetivos militares traidores que se posicionaram para tentar um golpe de Estado”.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, afirmou que há normalidade nos quartéis.
Nas redes sociais, publicou que "as Forças Armadas se mantêm firmes na defesa da Constituição e de suas autoridades legítimas". "Todas as unidades militares das oito regiões de defesa integral reportam normalidade em seus quartéis e bases, sob mando de seus comandantes naturais."
Em declaração na TV estatal VTV, na qual classificou a ação de Guaidó como um "espectáculo grotesco", o dirigente chavista Diosdado Cabello convocou a manifestação em frente ao palácio de Miraflores. Já o ministro das Indústrias, Tareck El Aissami, disse que o levante pró-Guaidó é “minúsculo, microscópico”.
Os presidentes da Bolívia e de Cuba condenaram a ação da oposição venezuelana e demonstraram apoio a Maduro. Brasil, Estados Unidos, União Europeia e outros deram suporte a Guaidó.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.