Quarenta e oito por cento das imagens de abuso sexual de crianças denunciadas à Internet Watch Foundation (IWF) no ano passado estava hospedada na Holanda, segundo a organização.
A entidade diz que mais de 105 mil sites hospedavam imagens de pedofilia em 2018 e alertou que a Holanda estava se tornando um "refúgio para o abuso sexual de crianças".
O governo holandês reconheceu um aumento nas denúncias de imagens de abuso sexual de crianças e se comprometeu a atacar o problema. Num relatório no início de 2018, as autoridades prometeram que o material seria removido.
A IWF é uma organização independente que recebe denúncias de imagens de abuso sexual online.
A entidade trabalha com sites, redes sociais e investigadores para que as imagens sejam removidas e tanto autores quanto distribuidores sejam investigados. Desde 1996, mais de um milhão de denúncias surgiram.
Em seu relatório anual, a IWF diz que houve um aumento no número de endereços que abrigam imagens de abuso sexual de crianças em 2018. Segundo a organização, avanços em sua tecnologia permitiram a detecção de mais imagens ilegais.
Europa tem mais de 75% das hospedagens
Ao todo 78,8% das imagens denunciadas estavam hospedadas na Europa, ante 16,1% na América do Norte, 4,8% na Ásia e 0,3% nos demais continentes.
Susan Hargreaves, chefe executiva da IWF, diz que a Holanda precisa "se mexer e fazer o que é certo".
A maioria das fotos denunciadas —82%— foi encontrada em sites que hospedam imagens, e não em redes sociais ou sites fechados.
Alguns desses serviços são baseados na Holanda por causa de seus baixos custos de hospedagem.
A IWF não divulgou os nomes dos serviços de hospedagem de fotos envolvidos. A companhia diz trabalhar com as empresas para assegurar a remoção dos conteúdos ilegais.
A organização também afirma ainda que ofereceu suporte ao órgão holandês que lida com imagens ilegais no país.
Um dos motivos pelos quais o número de imagens hospedadas nos EUA é baixo é a velocidade com que gigantes de tecnologia, como o Facebook, removem esses conteúdos antes que as denúncias cheguem à IWF.
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