Ação militar dos EUA na Venezuela seria catastrófica, diz Lavrov após reunião com Pompeo

Chanceler russo se encontrou na Finlândia com secretário de Estado norte-americano

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Moscou | Reuters e AFP

Após uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, M​ike Pompeo, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, alertou que uma intervenção militar dos EUA no país latino-americano seria catastrófica e injustificável.

Sergei Lavrov (esq.) e Mike Pompeo em conversa com a imprensa em Rovaniemi, na Finlândia
Sergei Lavrov (esq.) e Mike Pompeo em conversa com a imprensa em Rovaniemi, na Finlândia - Mandel Ngan/Reuters

​Lavrov e Pompeo se reuniram para falar da crise no país latino-americano em Rovaniemi, na Finlândia, em um encontro paralelo à cúpula do Conselho Ártico, que começou nesta segunda (6).

Os dois países estão em lados opostos no conflito, com Moscou sendo o principal apoiador do ditador Nicolás Maduro, e Washington liderando o apoio ao líder oposicionista Juan Guaidó.

Lavrov disse a jornalistas que a reunião foi construtiva e que ele e Pompeo fizeram “progressos decentes” em relação a discussões sobre estabilidade nuclear estratégica.

Disse também que tem certeza de que o presidente russo, Vladimir Putin, e o americano, Donald Trump, terão oportunidade de se encontrar uma vez mais, após o encontro ocorrido em Helsinque no ano passado.

Pompeo afirmou que teve uma "boa conversa" com Lavrov e que eles também falaram sobre a interferência russa na eleição americana.

Na semana passada, o secretário de Estado americano havia dito que uma intervenção militar na Venezuela é "possível". "Se isso for o necessário, é o que os Estados Unidos vão fazer", disse Pompeo em entrevista à Fox Business Network, mas acrescentou que os EUA preferem uma transição pacífica de poder na Venezuela. 

Venezuela está pronta para resistir, diz chanceler

Nesta segunda-feira, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza afirmou que a Venezuela está "pronta" para resistir no caso de um ataque militar dos Estados Unidos. 

"Estamos preparados para qualquer cenário. O primeiro é o da diplomacia, do diálogo, da paz, nossas mãos estão estendidas para que possamos conversar com todos", disse em Moscou, um dia depois de ter se reunido Lavrov.

Mas se os Estados Unidos "optarem pela via militar, temos uma Força Armada, um povo, uma milícia nacional, que seria capaz não só de resistir e lutar, mas também de vencer e derrotar qualquer exército, por mais poderoso que seja no mundo", acrescentou o ministro venezuelano. Se essa hipótese ocorrer, "estaremos prontos", insistiu.

"Dialoguemos!", prosseguiu. "A oposição não pode falar conosco porque não tem a permissão dos Estados Unidos. É hora da diplomacia", acrescentou.

Arreaza disse que na Venezuela há "uma disputa histórica sobre o controle de sua riqueza, o produto das receitas do petróleo, da riqueza mineral e da energia" do país. "Os Estados Unidos pretendem dominar, ter controle absoluto" das riquezas venezuelanas, afirmou.

Os Estados Unidos decidiram "colapsar a economia e começaram a aprofundar as sanções", afirmou o chanceler venezuelano. É "um bloqueio criminoso unilateral", insistiu.

No domingo, Serguei Lavrov pediu aos Estados Unidos e a seus aliados que "abandonem seus planos irresponsáveis e atuem exclusivamente no âmbito do direito internacional".

Arreaza também disse na segunda-feira que Caracas estava desenvolvendo "alternativas para os sistemas de câmbio financeiro" com seus aliados russos e chineses para contornar o bloqueio dos EUA. O chanceler disse que uma delegação venezuelana estará presente no fórum econômico de São Petersburgo em junho, mencionando uma possível participação de Maduro.

                

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.