Após ataques palestinos, Israel bombardeia faixa de Gaza

Ação é resposta a lançamento de mais de 200 foguetes contra o território israelense

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Avião israelense provoca neste sábado (4) explosão e fumaça do outro lado da fronteira de Israel com a faixa de Gaza
Avião israelense provoca neste sábado (4) explosão e fumaça do outro lado da fronteira de Israel com a faixa de Gaza - Thomas Coex/AFP
Jerusalém e Gaza | AFP e Reuters

Israel realizou um ataque aéreo contra a cidade palestina de Gaza neste sábado (4). A ação foi uma resposta ao lançamento de mais de 200 foguetes a partir da faixa de Gaza contra o território israelense durante a madrugada — dezenas foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis de Israel e grande parte caiu em zonas desabitadas.

O governo israelense também anunciou o fechamento de passagens de fronteira com a faixa de Gaza e o acesso a áreas de pesca em território palestino.

Segundo autoridades palestinas, os ataques aéreos de Israel vitimaram dois militantes do grupo radical Hamas, que controla Gaza, além de dois outros palestinos que protestavam perto da fronteira.

Foto tirada da aldeia de Netiv Haasara, ao sul de Israel, mostra foguetes disparados da Faixa de Gaza neste sábado (4)
Foto tirada da aldeia de Netiv Haasara, ao sul de Israel, mostra foguetes disparados da Faixa de Gaza neste sábado (4) - Jack Guez/AFP

O Ministério da Saúde de Gaza disse que um bebê de 14 meses e sua mãe foram mortos por um dos ataques israelenses e pelo menos 12 outros palestinos ficaram feridos. Contudo, a informação não foi confirmada por fontes independentes.

A troca de ataques pôs fim ao cessar fogo temporário que vigorava na região e fez aumentar os temores de uma nova escalada entre israelenses e palestinos.​

O aumento da tensão na região começou ainda na sexta-feira (3), quando militantes palestinos feriram dois soldados israelenses próximos da fronteira, o que fez Israel realizar um primeiro ataque contra a faixa de Gaza.

A Jihad Islâmica reivindicou o disparo de uma parte desses foguetes e disse que continuará atacando. Em um vídeo transmitido por redes sociais, o braço armado do grupo Hamas ameaçou atacar vários alvos estratégicos de Israel, como o Aeroporto Internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse neste sábado que se reunirá com autoridades de segurança do país, segundo um dos seus porta-vozes.

A escalada dos conflitos acontece pouco antes do mês sagrado para os islâmicos, o Ramadã, e do feriado da independência de Israel. Mediadores egípcios e a ONU estão trabalhando para evitar uma escalada do conflito.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou que as forças israelenses atacaram um prédio em Gaza onde estão localizados os escritórios da agência de notícias estatal Anadolu, e acrescentou que os ataques foram um crime contra a humanidade.

Histórico

Desde 2008, a faixa de Gaza viu três conflitos de larga escala entre o Hamas e Israel e o temor é que a troca de ataques atual leve a um quarto confronto.

No final de março, sob os auspícios do Egito e da ONU, um cessar-fogo foi negociado, anunciado pelo Hamas, mas nunca confirmado por Israel. Isso permitiu manter relativa calma durante as eleições legislativas israelenses de 9 de abril.

Mas na terça-feira (30), Israel reduziu a zona de pesca autorizada na costa de Gaza depois que militantes palestinos lançaram um foguete em seu território. O foguete caiu no Mediterrâneo. O exército israelense acusou a Jihad Islâmica, um grupo aliado do Hamas.

Uma delegação do Hamas liderada por seu líder em Gaza, Yahya Sinwar, foi para o Cairo na quinta (2) discutir com autoridades egípcias meios de preservar a trégua.

Nos últimos meses, Israel aceitou que o Catar forneceria uma ajuda financeira aos palestinos para o pagamento de salários e o financiamento de combustível para enfrentar a escassez de eletricidade.

Desde março de 2018, palestinos protestam na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel contra o bloqueio no enclave e pelo retorno de refugiados palestinos que foram expulsos ou tiveram que deixar suas terras após a criação de Israel em 1948.

Pelo menos 270 palestinos foram mortos desde o início da mobilização, em manifestações ou em ataques israelenses em retaliação. Do lado israelense, dois soldados morreram.

Os organizadores das manifestações e do Hamas asseguram que o movimento da "Grande Marcha de Retorno" é independente.

Israel, por outro lado, acusa o Hamas de orquestrar essas manifestações.

 
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