Arábia Saudita afirma que teve dois navios sabotados no Golfo Pérsico

Embarcações foram atacadas quando estavam na costa dos Emirados Árabes Unidos, diz Riad

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Dubai e Fujairah (Emirados Árabes Unidos) | AFP e Reuters

O governo da Arábia Saudita disse nesta segunda-feira (13) que dois navios petroleiros do país foram alvos no domingo (12) de um "ataque de sabotagem" na costa dos Emirados Árabes Unidos, em uma ação que aumentou a tensão no golfo Pérsico. 

O caso ocorre no momento em que a relação entre o Irã e os Estados Unidos volta a se deteriorar.

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) já tinham informado no domingo que quatro navios tinham sido atacados nas proximidades de Fujairah (um dos sete emirados que formam o país), no estreito de Hormuz. Os outros dois navios carregavam as bandeiras da Noruega e dos próprios EAU.

Botes do Emirados Árabes ao lado de um dos navios sauditas alvo de sabotagem
Botes do Emirados Árabes ao lado de um dos navios sauditas alvo de sabotagem - Satish Kumar/Reuters

"Dois petroleiros sauditas foram alvos de atos de sabotagem na zona econômica exclusiva dos Emirados Árabes Unidos, na costa do emirado de Fujairah, quando estavam prestes a entrar no golfo", afirmou o ministro da Energia saudita, Khalid Al Falih, citado pela agência oficial SPA.

O ataque não deixou feridos nem gerou vazamento de petróleo, mas causou danos significativos às estruturas dos dois navios, afirmou o ministro.

Tanto a Arábia Saudita quanto os Emirados Árabes são aliados dos EUA e adversários históricos do Irã. Nenhum deles acusou Teerã de participar no episódio, para o qual não foram apontados culpados.

Um oficial americano afirmou que era provável que o Irã fosse responsável pelos ataques, mas que os EUA não tinham como comprovar.

Os EUA saíram no final de 2018 de um acordo nuclear com Teerã. Em abril, anunciaram a volta de sanções a países compradores de petróleo iraniano —o objetivo é pressionar a economia do regime.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda que o Irã “sofreria muito” se adotasse alguma medida contra os interesses americanos.

Um parlamentar iraniano disse que “sabotadores de um terceiro país” podem estar por trás do ocorrido, depois de afirmar que os ataques mostraram que a segurança dos países do Golfo Pérsico é frágil.

Teerã já ameaçou por diversas vezes fechar o estreito, por onde passa um quinto do petróleo consumido no mundo, em caso de um conflito com os EUA. O estreito separa o Irã da Península Arábica e é caminho dos produtores de petróleo do Oriente Médio para mercados na Ásia, Europa e América do Norte.

O preço do combustível registrou alta na manhã desta segunda no mercado internacional.

No domingo, as autoridades dos Emirados Árabes pediram para a comunidade internacional "tomar providências para evitar que se cometam este tipo de ações por partes que buscam atentar contra a segurança da navegação".

Já o governo iraniano pediu uma investigação sobre o caso nesta segunda. "Estes incidentes no mar de Omã são preocupantes e lamentáveis", declarou Abbas Musavi, porta-voz do ministério das Relações Exteriores em Teerã. 

Ele também se manifestou contra o que chamou de "aventura de atores estrangeiros" na região para perturbar a navegação marítima, no que foi entendido como uma referência aos EUA. 

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, viajou a Bruxelas nesta segunda-feira para abordar "questões urgentes", em particular o Irã, com autoridades europeias, informou o Departamento de Estado.

O responsável pela diplomacia britânica, Jeremy Hunt, afirmou que está "muito preocupado com o risco de um conflito por acidente em consequência de uma escalada involuntária dos dois lados".

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