Duas estações de bombeamento de petróleo foram alvos de um ataque com drones nesta terça-feira (14) próximo à capital saudita, Riad, o que forçou a companhia estatal Aramco a paralisar suas operações em um oleoduto, anunciou o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih.
Este é o segundo ataque relatado pela Arábia Saudita desde domingo, quando o país disse que dois navios petroleiros foram sabotados no Golfo Pérsico. Os Emirados Árabes Unidos (EAU) também relataram os incidentes, que teriam incluído, além das embarcações sauditas, um navio seu e outro de bandeira norueguesa.
As ações ocorrem em meio a um aumento de tensão entre EUA e Irã, após Washington aumentar as sanções e sua presença militar no Golfo Pérsico.
O presidente Donald Trump negou uma reportagem do The New York Times segundo a qual autoridades americanas estão discutindo planos para enviar 120 mil militares para o Oriente Médio.
“É fake news, ok? Eu faria isso? Absolutamente [sim]. Mas não temos esse plano. Espero que não tenhamos de planejar isso. E se o fizéssemos, seria com muitos mais soldados que isso”, afirmou.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que não haverá uma guerra com os EUA. “A nação iraniana escolheu o caminho da resistência”, afirmou.
Segundo o governo saudita, as duas estações de bombeamento foram alvejadas pela manhã por drones armados, o que causou um incêndio e pequenos danos a uma estação. A localização exata das estações não foi informada.
As operações nele foram interrompidas temporariamente. Apesar disso, a exportação de petróleo saudita não serão afetadas, disse Falih.
O ataque foi reivindicado pelos rebeldes houthi do vizinho Iêmen, que indicaram ter realizado a ação como "resposta aos crimes" e ao "bloqueio" da Arábia Saudita contra seu país.
"Nosso povo não tem mais opção que se defender com todas suas forças", afirmou em uma rede social a autoridade rebelde iemenita Mohammed Abdel.
A Arábia Saudita intervém militarmente desde 2015 no conflito no Iêmen para ajudar ao governo frente aos rebeldes houthi, apoiado politicamente pelo Irã.
A notícia do ataque levou a uma alta do preço do petróleo em 1,38%. O barril do tipo Brent era vendido a US$ 71,20 por volta das 11h em Londres (8h em Brasília).
"Esses ataques provam, uma vez mais, que é importante para nós enfrentar as entidades terroristas, incluindo as milícias houthi no Iêmen, que são apoiadas pelo Irã", afirmou o ministro saudita.
Mais cedo, a emissora de televisão Al-Massirah, controlada pelos rebeldes no Iêmen, informou sobre uma "importante operação militar" contra alvos sauditas com "a utilização de sete drones contra instalações vitais" do reino.
Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita são aliados próximos dos Estados Unidos, que continuam a endurecer a posição contra Teerã, seja sobre a questão nuclear ou sobre suas "ações desestabilizadoras" no Oriente Médio.
Os EUA saíram no final de 2018 de um acordo nuclear com Teerã. Em abril, anunciaram a volta de sanções a países compradores de petróleo iraniano —o objetivo é pressionar a economia do regime.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.