Os Estados Unidos exigiram a libertação do deputado venezuelano Edgar Zambrano, preso na quarta-feira (8) pelo regime do ditador Nicolás Maduro sob acusação de tentativa de golpe.
"A detenção arbitrária de Zambrano é ilegal e indesculpável. Maduro e seus cúmplices são responsáveis diretos pela segurança de Zambrano. Se não for liberado de imediato, haverá consequências", alertou a embaixada dos EUA na Venezuela, em uma rede social, na noite de quarta-feira (8).
Vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Zambrano foi preso por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência). Uma ordem de prisão havia sido emitida pela Justiça contra Zambrano, acusado de “traição à pátria”, na semana passada.
O próprio deputado avisou pelas redes sociais sobre sua detenção. “Fomos surpreendidos pelo Sebin e, ao nos negarmos a sair do veículo, usaram um guincho para nos trasladar de maneira forçosa até o Helicoide [centro para presos políticos]”, escreveu.
Número dois de Juan Guaidó na Assembleia Nacional, Zambrano pertence ao tradicional partido Ação Democrática e estava na sede da sigla quando os agentes chegaram.
A União Europeia (UE) pediu nesta quinta-feira (9) a "libertação imediata" do braço direito de Guaidó.
"A detenção do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, pela polícia secreta venezuelana, constitui outra flagrante violação da Constituição do país", denunciou a porta-voz de Relações Exteriores da UE, Maja Kocijancic, em comunicado.
"É um ato que obedece a motivos políticos para silenciar a Assembleia Nacional", acrescentou.
A UE pediu "respeito" aos direitos civis e à imunidade parlamentar de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo seu presidente, Juan Guaidó.
E fez uma advertência ao presidente Maduro: "A UE seguirá reagindo, por meio de diferentes instrumentos políticos, contra a continuidade da erosão das instituições democráticas, do Estado de direito e dos direitos humanos".
O Grupo de Lima, que reúne o Brasil e mais 13 países das Américas, condenou a prisão e disse, em comunicado, que o ato "representa um ato nulo e inconstitucional, uma vez que, de acordo com a Constituição venezuelana, o único órgão que pode retirar a imunidade parlamentar é a Assembleia Nacional".
"A retirada dessa prerrogativa sem o devido processo por uma autoridade espúria, como é a Assembleia Nacional Constituinte, constitui uma afronta aos princípios democráticos e aos direitos humanos reconhecidos no direito internacional."
A nota é assinada por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela. Os outros dois países que formam o grupo, México e Uruguai, que mantêm posição neutra na crise venezuelana, não endossam o comunicado.
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