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Justiça da Venezuela ordena prisão de opositor Leopoldo López

Político deixou na terça sua casa, onde cumpria prisão domiciliar, e está na embaixada espanhola

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São Paulo e Caracas | AFP e Reuters

A Justiça venezuelana ordenou nesta quinta-feira (2) a prisão do líder opositor Leopoldo López, pivô da atual série de protestos contra o ditador Nicolás Maduro. 

Na última terça (30), militares dissidentes permitiram que López deixasse sua casa onde estava em em prisão domiciliar desde julho de 2017.

Os líderes opositores Leopoldo López (dir.) e Juan Guaidó durante ato em Caracas na terça (30)
Os líderes opositores Leopoldo López (dir.) e Juan Guaidó durante ato em Caracas na terça (30) - Manaure Quintero - 30.abr.19/Reuters

Com isso, ele e o também líder opositor Juan Guaidó se dirigiram à base aérea de La Carlota (em Caracas) e anunciaram uma ação para retirar do poder Maduro, com apoio de militares dissidentes.

A ação deu início a manifestações contra o regime, que culminaram com confrontos violentos entre opositores e forças leais a Maduro. O conflito deixou quase 200 pessoas feridas e quatro civis mortos.    

Um dos principais nomes da oposição, López foi inicialmente preso em 2014 acusado de incentivar ações violentas contra o regime e sentenciado a 13 anos de prisão. Em 2017, porém, a Justiça determinou que ele cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar.

Em julho daquele ano, ele deixou a prisão e desde então permanecia em casa até esta terça, quando deixou o local sem resistência e acompanhado por agentes do Sebin —o serviço de inteligência venezuelano—, que tinham como função exatamente vigiá-lo. 

Nesta quinta, um tribunal de Caracas ordenou que López seja preso exatamente por ter violado a prisão domiciliar ao deixar a residência. 

"É um fato público e notório que Leopoldo López violou a medida de prisão domiciliar, aparecendo e discursando para os veículos de comunicação de massa", afirma comunicado divulgado pelo Tribunal Supremo de Justiça. A ordem, porém, foi dada por uma corte de primeira instância. 

A ordem determina ainda que caberá ao próprio Sebin —que em sua maioria segue fiel a Maduro— prendê-lo. A decisão estabelece que o opositor deve voltar para a prisão para cumprir todo o restante de sua pena de 13 anos e nove meses —da qual ele já cumpriu cinco anos, dois meses e 12 dias.   

Após participar do ato em La Carlota na terça ao lado de Guaidó, López foi para a embaixada do Chile em Caracas e depois para a da Espanha, onde permanece até o momento —ele tem cidadania espanhola. 

Após a ordem de prisão, o governo espanhol afirmou que não tem intenção de entregar o opositor para as autoridades venezuelanas e pediu que inviolabilidade da embaixada seja respeitada. 

A mulher de López, Lilian Tintori, afirmou nesta quinta que a casa do casal foi invadida e destruída. 

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