Ao menos dois morrem durante protestos contra o governo em Honduras

Manifestantes exigem a renúncia do presidente, que convocou militares para acabar com bloqueios nas ruas

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Tegucigalpa (Honduras) | AFP e Reuters

Ao menos dois manifestantes morreram e 20 ficaram feridos durante protestos em Honduras que pediam a renúncia do presidente Juan Orlando Hernández, informou o Ministério Público local nesta quinta-feira (20).  

Os atos, que começaram na noite de quarta (19) e prosseguiram por esta quinta, terminaram em violência após o governo convocar os militares para impedir o fechamento de ruas e estradas e para realizar a segurança de prédios após uma série de saques. 

Manifestante salta sobre bloqueio montado na capital, Tegucigalpa
Manifestante salta sobre bloqueio montado na capital, Tegucigalpa - Jorge Cabrera/Reuters

Com isso, foram registrados confrontos entre os manifestantes e as forças de segurança na capital Tegucigalpa e em outras cidades espalhadas pelo país.

Os dois mortos foram identificados no Hospital Escola da capital como Luis Enrique Maldonado Vásquez, 24, e Erick Francisco Peralta Mendoza, 37. 

Segundo a agência de notícias AFP, os dois participavam de um ato contra o governo na região de Tegucigalpa e teriam sido atingidos por tiros disparados pouco após a chegada dos militares. A maior parte dos feridos foi atingida por balas de borracha, de acordo com as autoridades médicas locais.     

Hernández enfrenta desde o início do mês uma onda de protestos generalizados contra seu governo, com diversas categorias paradas. 

As manifestações são lideradas por médicos e professores, que afirmam que dois decretos assinados pelo presidente levam a uma privatização da saúde e da educação em Honduras, o que o governo nega.  

Ao mesmo tempo, os caminhoneiros também decidiram cruzar os braços para exigir melhores pagamentos, causando uma crise de abastecimento e falta de gasolina. Hernández afirmou na noite de quarta que chegou a um acordo com o grupo, mas a situação ainda não foi regularizada. 

Também na quarta, os policiais aderiram à paralisação. Eles querem um aumento do salário e reclamam que por causa das manifestações estão trabalhando sem descanso.

Foi exatamente a greve dos policiais que levou Hernández a convocar o Conselho de Segurança para autorizar o uso dos militares contra os bloqueios. 

O ministro da Segurança, Jair Meza, afirmou que o Exército conseguiu desfazer diversas barricadas que tinham sido montadas na região da capital. 

A situação colocou mais pressão sobre o conservador Hernández, que tem apoio dos Estados Unidos.

Em 2017 ele alterou a legislação para poder concorrer a um segundo mandato e conseguiu ser reeleito, mas a medida acabou corroendo sua popularidade e gerando críticas da oposição e de observadores internacionais.

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