Milhares de venezuelanos se dirigiram neste sábado (8) para a divisa do país com a Colômbia, um dia após o ditador Nicolás Maduro anunciar a reabertura parcial da fronteira, que estava fechada desde fevereiro.
A partir das 5h locais (7h no horário de Brasília), os refugiados passaram a se aglomerar na entrada da ponte Simón Bolívar, que divide os dois países, a espera da abertura do trajeto.
Segundo o serviço de migração colombiano, nas três horas seguintes, até 7.000 refugiados venezuelanos entraram na Colômbia pelo local —número que fica próximo do fluxo diário anterior ao fechamento da fronteira.
Apesar da reabertura, o regime Maduro não retirou os contêineres colocados no começo da ponte para evitar que os caminhões de ajuda humanitária organizados pelo líder opositor Juan Guaidó entrassem no país.
Foi exatamente a tentativa de entrada dessa ajuda que fez o ditador anunciar em 23 de fevereiro o fechamento da divisa com Colômbia. Quase um mês antes, Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, declarou-se presidente interino do país, uma vez que a oposição não reconhece a eleição que deu um novo mandato a Maduro.
Devido a este bloqueio, o fluxo de veículos segue proibido na ponte, e a entrada dos venezuelanos na Colômbia foi feita de maneira lenta neste sábado.
Primeiro, os refugiados montaram uma grande fila para passar entre os contêineres. Pessoas que carregavam crianças pequenas ou que estavam com malas de rodinhas tiveram dificuldade com o espaço apertado, informou o jornal colombiano El Tiempo.
Na sequência, o grupo teve que atravessar a pé os 313 metros da ponte até entrarem no território do país vizinho. As autoridades de Cúcuta, na Colômbia, instalaram duas estruturas para receber o grande contingente de imigrantes que são esperados nos próximos dias.
Segundo dados da ONU divulgados na sexta (7), 1 milhão de venezuelanos deixou o país nos últimos 12 meses devido à crise econômica e social.
No total, 4 milhões de venezuelanos moram fora do país atualmente, sendo 1,3 milhão na Colômbia.
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