Bolsonaro cancela encontro com Xi Jinping por atraso na agenda do chinês

Após dizer que esperava desfazer mal-estar com os chineses, o presidente decidiu cancelar a reunião

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Osaka (Japão)

Após dizer que esperava desfazer mal-estar com os chineses, o presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar a reunião bilateral que tinha marcada com o dirigente da China, Xi Jinping, justificando atraso na agenda do chinês.

A conversa, marcada para às 14h30 (horário local) deste sábado (29), era o último compromisso de Bolsonaro durante a cúpula do G20 em Osaka, no Japão. Após 20 minutos de atraso para o início do encontro, integrantes da comitiva foram avisados que o presidente já estava de saída do local.

O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, conversou por telefone com os jornalistas que aguardavam a agenda e explicou que o cancelamento ocorreu pelo atraso. 

"Temos uma incompatibilidade de agendas em função de atraso das bilaterais, nós esperamos até o presente momento, mas nós temos um horário para a decolagem e ainda temos que retornar ao hotel para fazer o fechamento", justificou.

A previsão é de que a comitiva brasileira decole às 18h de Osaka neste sábado.

Mais cedo, durante entrevista coletiva, Bolsonaro afirmou que o encontro era uma oportunidade para desfazer eventual mal-estar com os chineses. Durante a campanha eleitoral ele fez uma série de críticas ao gigante asiático, dizendo que a China "estava comprando o Brasil".

Segundo o porta-voz, a decisão de cancelamento partiu do próprio Bolsonaro. O encontro com Xi estava atrasado há pelo menos 20 minutos quando ele desistiu da agenda. 

Xi estava em uma bilateral com o presidente francês, Emmanuel Macron, marcado para 14h. 

"O presidente decidiu abdicar desta bilateral e posteriormente efetivar os contatos necessários para o prosseguimento das conversações entre os dois países", afirmou.

Questionado sobre se havia uma frustração do governo brasileiro pela não realização do encontro, Rêgo Barros disse que Bolsonaro "não apresentou opinião neste sentido".

"Ele está bastante feliz com os resultados do encontro dos Brics, do próprio G20 e principalmente com o sucesso da assinatura do protocolo da União Europeia-Mercosul, que vai provocar um avanço substancial na economia do país e a inserção dos nossos produtos no exterior", afirmou.

​Rêgo Barros disse que houve um atraso de "várias bilaterais". 

Em entrevista coletiva no início da manhã, ao chegar para compromissos no G20, Bolsonaro destacou a importância comercial com a China.

"Vamos desfazer qualquer por ventura qualquer mal-entendido, se bem que eles [chineses] sabem filtrar as informações", disse.

O presidente disse ter conversando com Xi sobre uma viagem à China em outubro, quando deve aproveitar para ir à Arábia Saudita.

"Há interesse nosso. A China é nosso maior parceiro comercial. Queremos aprofundar o nosso relacionamento até para desfazer algumas coisas que falavam a meu respeito desde lá de trás", disse.

Bolsonaro contou que sentou-se ao lado de Xi e em frente ao presidente dos EUA, Donald Trump, durante jantar para os líderes do G20 na noite de sexta-feira (28).

"Noventa por cento das conversas foram entre os dois e 10%, comigo. Achei que foi um tempo bastante grande. Ouvi tudo que foi falado ali, foi falada muita coisa. É até para mim um aprendizado", afirmou.

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