Brasil é ultrapassado pelo Paquistão em lista de países mais populosos do mundo

País caiu de 5º para 6º, diz relatório da ONU; população envelhece mais rapidamente que média global

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São Paulo

Quinto país mais populoso do mundo desde o fim da Segunda Guerra, o Brasil foi ultrapassado pelo Paquistão em 2017 e agora ocupa a sexta posição no ranking, com 211 milhões de habitantes, mostra um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) lançado nesta segunda-feira (17).

Até 2100, o país deve ser ultrapassado por Nigéria, Etiópia, República Democrática do Congo, Tanzânia, Egito e Angola, ficando em 12º lugar.​

O relatório, chamado World Population Prospects (prospecções da população mundial), é lançado a cada dois anos pela divisão de população da ONU e traz análises para 235 países e áreas, baseadas em informações de censos nacionais, pesquisas por amostragem e tendências históricas.

(Leia as previsões para a população mundial, que deve ganhar 2 bilhões de habitantes até 2050)

São projeções, ou seja, tendências demográficas que estão sujeitas a alterações, pois dependem de mudanças tecnológicas, avanços médicos, condições políticas e costumes, que podem se alterar de forma imprevisível.

De acordo com o documento, o Brasil está crescendo a um ritmo mais lento do que a média global, e a população do país deve chegar ao seu máximo em 2045, com 229,6 milhões de pessoas —a previsão para a população mundial é que ela pare de crescer apenas no fim do século.

A partir de 2046, prevê-se uma redução no número de pessoas no Brasil, chegando a 180,7 milhões em 2100. Segundo a projeção, o país deve perder cerca de 50 milhões de habitantes nesse período.

Pessoas em mutirão de emprego no Vale do Anhangabaú, em São Paulo
Pessoas em mutirão de emprego no Vale do Anhangabaú, em São Paulo - Danilo Verpa-27.mar.19/Folhapress

O número de idosos, porém, deve continuar crescendo, tendo seu pico alcançado apenas em 2075, de acordo com as previsões.

Os dados também mostram que a tendência ao envelhecimento da população mundial, comprovada pelo relatório da ONU, é ainda mais intensa no Brasil.

Em 2050, por exemplo, prevê-se que 29,4% da população no país tenha 60 anos ou mais —oito pontos percentuais acima da média prevista para o planeta. No fim do século, podem alcançar 40,1% do total. 

A faixa que cresce mais rapidamente é a dos que têm 80 anos ou mais. Se em 1950 eles eram apenas 0,3% dos brasileiros, atualmente são 2% e, em 2050, devem chegar a 6,7% do total.

No mundo, eles eram 0,6% em 1950, são 1,9% atualmente e chegarão a 4,4% em 30 anos. Ou seja, a distância da proporção desse grupo etário no Brasil em relação à média global vem aumentando e deve continuar nessa tendência.

Outra constatação do estudo é que o Brasil perdeu para o Chile o posto de país com menor taxa de fecundidade total (número médio de filhos nascidos vivos por mulher na faixa dos 15 aos 49 anos). Enquanto no período entre 2010 e 2015 esse índice de era de 1,77 no Brasil e 1,85 no Chile, no período entre 2015 e 2020 o Chile baixou para 1,65 enquanto o Brasil tem 1,74.

"Ainda não há um estudo das causas, mas o número baixou bastante no Chile, especialmente entre 2015 e 2017", afirma Helena Castanheira, oficial de assuntos de população do Centro Latino-americano e Caribenho de Demografia (Celade), da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), da ONU.

A organização projeta uma queda da fecundidade no Brasil até 2040 e, depois, um aumento progressivo. "Nós nos baseamos na experiência de alguns países desenvolvidos, que mostra que a taxa de fecundidade vai descendo e depois se recupera. Os números dessa recuperação dependem da trajetória de cada país", diz.

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