Dois meses após incêndio, só 9% das doações foram repassadas a Notre-Dame

Segundo ministro da Cultura da França, colaborações serão pagas em função do andamento das obras

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Paris | AFP

Dois meses após o incêndio que destruiu parcialmente a catedral de Notre-Dame, em Paris, pouco mais de 9% dos 850 milhões de euros prometidos para sua restauração foram repassados, embora as autoridades esperem que o montante ainda seja alcançado.

O incêndio que derrubou parte do telhado da igreja em 15 de abril provocou uma onda de solidariedade na França, com a multiplicação de promessas de doações —de pessoas físicas a empresas, como a gigante LVMH e a Kering, companhias francesas especializadas em artigos de luxo.

Até agora, porém, apenas 80 milhões de euros foram repassados, correspondendo a pequenas doações de indivíduos.

A catedral de Notre-Dame, em Paris, quase dois meses após o incêndio que destruiu o telhado da igreja
A catedral de Notre-Dame, em Paris, quase dois meses após o incêndio que destruiu o telhado da igreja - Lionel Bonaventure - 12.jun.19/AFP

O ministro francês da Cultura, Franck Riester, confirmou o número nesta sexta-feira (14), citando várias causas para explicar a diferença abissal entre o que foi prometido e o que foi recebido. O valor já havia sido informado pela rádio France Info.

"Primeiro, há pessoas que prometem doar e que não doam (...), mas, acima de tudo —e isso é normal—, as doações serão pagas em função do andamento das obras", argumentou Riester.

"Estão sendo feitos acordos com os grandes doadores", que permitirão que as colaborações sejam feitas em um marco legal, de acordo com o ministro.

Fontes do Ministério da Cultura destacaram que as grandes empresas e mecenas como o grupo LVMH (200 milhões de euros prometidos) e Kering (100 milhões de euros) pediram para saber como esses valores serão investidos exatamente.

Riester ressaltou que "a onda de generosidade deve continuar" e lembrou que a situação da catedral continua frágil, já que a abóbada "ainda pode desabar".

Em paralelo, a investigação judicial está em andamento para determinar as causas do incidente, atribuído a um curto-circuito.

Uma missa será celebrada pela primeira vez na catedral neste sábado (15). Segundo a diocese de Paris, o evento será fechado ao público e com “número limitado de pessoas, por razões de segurança evidentes”.

Cerca de 20 pessoas, entre elas padres e cônegos, assistirão à missa, que será conduzida numa capela pelo arcebispo de Paris, Michel Aupetit, e transmitida por um canal de TV francês “para que os cristãos possam participar e comungar”, informou a diocese. 

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