Descrição de chapéu Governo Trump

'Ela não é meu tipo', diz Trump sobre mulher que o acusa de estupro

Em livro, jornalista relata suposto abuso de magnata em provador de loja nos anos 1990

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São Paulo

O presidente dos EUA, Donald Trump, negou nesta segunda-feira (24) as acusações de que teria estuprado uma jornalista em um provador de loja nos anos 1990, dizendo que ela “não é seu tipo”.

“Vou dizer isso com grande respeito: Número um, ela não é meu tipo. Número dois, nunca aconteceu. Nunca aconteceu, OK?”, afirmou, em entrevista ao jornal The Hill.   

A jornalista E. Jean Carroll durante evento da revista Elle, em Nova York, em 2015
A jornalista E. Jean Carroll durante evento da revista Elle, em Nova York, em 2015 - Astrid Stawiarz/Getty Images North America/AFP

Em uma crônica publicada na sexta-feira (21), a colunista da revista de moda Elle E. Jean Carroll afirmou que foi estuprada por Trump em um provador de roupas em uma loja de Nova York em 1995 ou 1996, quando o magnata era um proeminente promotor imobiliário e ela, uma conhecida jornalista e apresentadora de televisão. 

No mesmo dia, Trump reagiu em um comunicado afirmando que jamais teve contato com Carroll e que o incidente "nunca aconteceu".

Questionado se Carroll estava mentindo, Trump reafirmou na entrevista desta segunda que nunca a encontrou. “Mentindo totalmente. Não sei nada sobre ela”, disse. “Não sei nada sobre ela. Ela é —é simplesmente uma coisa terrível que as pessoas possam fazer declarações como essa.”

A descrição do caso está no próximo livro de Carrol, que teve trechos publicados na sexta (21) na New York Magazine.

A jornalista, hoje com 75 anos, conta na obra que encontrou casualmente Trump na loja Bergdorf Goodman na Quinta Avenida de Manhattan, em Nova York, quando os dois faziam compras. 

Durante uma conversa, o agora presidente pediu sua ajuda para comprar um presente para a mulher e após considerar opções como uma carteira ou um chapéu, ele se decidiu por uma lingerie.

Segundo Caroll, os dois subiram para a seção de lingerie, onde não havia funcionários da loja.

"No momento em que a porta do provador se fechou ele se atirou sobre mim, me pressionou contra a parede e colocou sua boca nos meus lábios", escreveu.

Com a jornalista imobilizada, Trump teria baixado as calças de Carrol, aberto seu zíper e a estuprado, até que ela conseguiu se livrar e fugir. 

Segundo Caroll, o ataque não durou "mais que três minutos".

Em seu comunicado, Trump afirma: "Jamais na minha vida me encontrei com essa pessoa. Ela está tentando vender um novo livro (...) que deveria ser exibido na seção de ficção".

A New York Magazine, que publica o trecho do livro de Carroll, inclui na mesma edição uma declaração oficial da Casa Branca que qualifica a história como "completamente falsa e surreal".

A acusação, continua, aparece "25 anos após o suposto incidente" e foi criada "simplesmente para denegrir o presidente".

Carroll disse que não denunciou o estupro à polícia por medo de represálias, temendo por seu emprego e até por sua vida. 

Trump já foi acusado por outras 16 mulheres por condutas de caráter sexual impróprias antes de chegar à presidência. 

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