O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o dirigente chinês, Xi Jinping, concordaram que reforçar os laços bilaterais em um momento de questões externas "sérias e complicadas" é importante para a paz regional, disse a agência estatal norte-coreana KCNA.
Xi deixou Pyongyang nesta sexta-feira (21) após dois dias de visita oficial, a primeira de um líder chinês depois de 14 anos. Ele foi recebido por milhares de pessoas segurando cartazes que formavam um quadro com seu rosto e a bandeira chinesa. Houve também a execução da música "Eu amo você, China".
O principal jornal ligado ao regime, o Rodong Sinmun, publicou uma edição especial nesta sexta, com oito de suas dez páginas dedicadas a fotos e textos sobre a presença de Xi no país.
Xi e Kim estiveram na Torre da Amizade, construída em homenagem às tropas chinesas que lutaram junto com os norte-coreanos durante a Guerra da Coreia (1950-1953).
O dirigente chinês afirmou que seu país apoiará os esforços de Pyongyang por uma solução política para a península da Coreia e pela estabilidade regional, não importando eventuais mudanças no cenário internacional.
A China é o maior aliado da Coreia do Norte, e a visita de Xi foi vista como um apoio ao país diante da pressão crescente de sanções da ONU contra seu programa nuclear e do impasse nas conversas com os EUA para um acordo de desnuclearização.
No entanto, Pequim tem se oposto publicamente aos testes nucleares feitos pelo regime de Kim e já pediu que o vizinho renuncie a suas armas atômicas. Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China votou pela imposição de algumas sanções a Pyongyang.
Kim tampouco é uma figura popular entre os chineses, que costumam chamá-lo de "gorducho". Alguns usuários de redes sociais na China criticaram a grandiosidade da recepção a Xi.
A visita ocorre uma semana antes do encontro previsto de Xi e Donald Trump na cúpula do G20, no Japão, em meio a uma disputa comercial entre as duas potências que provoca temores nos mercados globais.
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