Nicolas Sarkozy fez de tudo para evitar um julgamento por corrupção, mas nesta quarta-feira (19) o Tribunal de Cassação de Paris rejeitou os últimos recursos do ex-presidente francês.
Flagrado em grampos da polícia, Sarkozy é acusado de tentar influenciar um juiz.
Esta é a primeira vez desde a fundação da 5ª República francesa, em 1958, que um ex-mandatário do país será julgado por corrupção.
O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, e o ex-juiz Gilbert Azibert também são processados. Os três são acusados de "corrupção" e "tráfico de influência".
A audiência acontecerá nos próximos meses em um tribunal de primeira instância, mas a data ainda não foi fixada.
O ex-presidente é acusado de tentar, em 2014, com a ajuda de Herzog, obter informações do então magistrado Azibert. Eles propunham ao juiz da Corte de Cassação um cargo de prestígio, em Mônaco, em troca de revelações secretas sobre o chamado “caso Bettencourt”.
Em 2013, o ex-presidente havia sido acusado de receber doações milionárias da herdeira do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt, ao partido UMP (União por um Movimento Popular), para financiar sua campanha. Ele foi absolvido nesse caso.
Naquela época, o Tribunal de Paris havia autorizado o grampo dos telefones de Sarkozy na investigação de um outro caso de corrupção envolvendo o ex-presidente. As escutas acabaram revelando os diálogos e a transação com o juiz Azibert.
Sarkozy, que se retirou da política em 2016, ainda é alvo de um outro processo, no caso Bygmalion, por financiamento ilegal de campanha, em 2012.
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