Hong Kong tem novos protestos contra projeto de lei de extradição

'Armados' com ovos, manifestantes se concentram em frente à sede da polícia local

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Hong Kong | Reuters

Milhares de manifestantes em Hong Kong se reúnem nesta sexta (21) em frente à sede da polícia e bloqueiam ruas centrais da cidade pedindo o cancelamento total de um controverso projeto de lei de extradição, a soltura de ativistas detidos e que as autoridades peçam desculpas pela brutalidade policial. 

Este é o quarto protesto em duas semanas causado pela proposta de lei que permitirá, se aprovada, a extradição de suspeitos para serem julgados por tribunais na China continental —cujas cortes, controladas pelo Partido Comunista, são considerados menos justas.

A maioria dos manifestantes de um protesto em geral pacífico são estudantes vestindo capacetes, óculos e máscaras. Eles bloquearam ruas do centro financeiro de Hong Kong para demandar que a chefe do território, Carrie Lam, barre o projeto de lei por completo. 

Ela havia proposto a legislação e, após dois dias de intensos protestos na semana passada, adiou a discussão da lei no Parlamento, mas não cancelou totalmente o projeto. 

"Ter pessoas aqui está pressionando o governo para deixar claro que não concordamos com os planos de extradição", disse o estudante Edison Ng, que estava na rua sob um calor de 32 graus. "Não está claro por quanto tempo vamos ficar", completou.

Os protestos, que representam o maior desafio popular para o presidente chinês, Xi Jinping, desde que assumiu o poder, em 2012, mais uma vez forçaram o fechamento temporário dos escritórios do governo de Hong Kong por questões de segurança.

Hong Kong retornou ao domínio chinês em 1997, desde quando é governado sob a fórmula "um país, dois sistemas", que permite que tenha liberdades não gozadas na China continental, incluindo um sistema judiciário independente.

Milhões de pessoas, temendo o fim dessas liberdades, ocuparam as ruas do centro financeiro asiático neste mês para se mobilizar contra o projeto de extradição. 

Foram os protestos mais violentos em décadas, com a polícia disparando balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar as multidões. 

Os manifestantes acusam Pequim de obstruir reformas democráticas e de interferir nas eleições. A atual líder do território foi escolhida de maneira indireta entre candidatos pré-aprovados pelo Partido Comunista.

Os manifestantes desta sexta exigem que o governo abandone todas as acusações contra os que foram presos nos confrontos da semana passada e parem de se referir aos protestos como um motim.

Um pequeno grupo de manifestantes atirou ovos na polícia do lado de fora da sede para protestar contra a violência policial. A Anistia Internacional afirmou em uma declaração que a evidência do uso ilegal da força pela polícia durante o protesto de 12 de junho foi "irrefutável".

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