Um protesto que pedia a punição de policiais envolvidos no suposto enquadramento de um jornalista russo terminou com 513 manifestantes presos em Moscou nesta quarta-feira (12).
Entre os detidos estão o líder opositor Alexei Navalny.
Na terça (11), a polícia retirou as acusações contra o jornalista investigativo Ivan Golunov, que diz ter sido alvo das autoridades por causa de suas reportagens.
Golunov, 36, conhecido por expor casos de corrupção envolvendo autoridades moscovitas, foi detido na última quinta-feira por policiais que afirmaram ter encontrado quantidades significativas de drogas em sua mochila e em seu apartamento. Ele nega.
As autoridades esperavam que a soltura de Golunov e a promessa de punição dos policiais satisfariam os apoiadores do jornalista, mas eles decidiram prosseguir com o protesto nesta quarta, feriado no país.
Cerca de 1.000 pessoas protestaram no centro de Moscou com slogans como "A Rússia será liberta", "Rússia sem Putiun" e "Abaixo o czar". Alguns manifestantes vestiam camisetas dizendo "Eu sou/Nós somos Ivan Golunov" —mesma manchete de três jornais russos na segunda-feira.
“O que aconteceu com Ivan Golunov ocorre todos os dias em todo o país. Há várias histórias de drogas [falsas] como esta. Tivemos a sorte de que o soltaram, mas foi apenas uma pequena vitória. A guerra não foi vencida”, disse Egor, 15, que usava uma camisa com a frase.
Segundo o grupo OVD-Info, que monitora ações policiais durante protestos, alguns dos detidos foram soltos depois sem acusação formal.
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